Vingar

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N/A: capítulo não revisado e contendo 5517 palavras ( talvez seja melhor ler de duas vezes)

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Alexandre só respirou tranquilo quando a escuridão perdeu para a claridade e confirmou está no caminho certo. Era difícil se orientar sem a ajuda das estrelas e um feitiço de localização poderia chamar atenção, coisa que não queria.

Com a luz da aurora ao seu lado, checou outra vez se Erik estava bem e foi agraciado por uma resposta positiva. O  mais novo dormia sob o efeito de um sedativo ingerido na noite anterior, e ele sabia que  não demoraria a acordar e quando acordasse, teria de dar explicações.

Lembrou de Nearth e a proposta da rainha e repetiu mentalmente de que seu fardo estava acabando. Apenas mais alguns anos.

Evitou pensar naqueles homens durante todo o caminha até ali, porém a tarefa de esquecer era mais difícil do que atraí-los para seu golpe.

O cavalo parou de repente, erguendo as patas da frente, assustado com alguma coisa e se o Leneu fosse um cavaleiro ruim, teria caído e levado o amante junto; que com a movimentação, despertou.

Alexandre, deslizando a mão sobre o pescoço do bicho, tentou acalma-lo; mas sem sucesso.

— Bertrand? – Erik questionou cheio de confusão.

O outro não respondeu; tinha acabado de ver o motivo da revolta do animal; era a cabeça de Antônio. Sangrenta e decepada. Os olhos semi abertos, frios e mortos, enquanto exibia a falta do queixo e lábio inferior.

O mais novo também viu e desesperado, desceu da montaria, correndo até seu líder. Choque e revolta estampava sua cara.

O Leneu em busca de alguma explicação, tentando ignorar o nome de Nearth brilhando intensamente em seu inconsciente. Sentiu um impacto em suas costas e em seguida o som sobre as folhas, bem ao seu lado.

Era a parte superior da cabeça de Morgan, que foi pisoteada pelo cavalo assustado.

Dessa vez Alexandre caiu; nem toda habilidade do mundo seria páreo para o choque.

— Uma fada?! – espantou-se o jovem, olhando para trás do outro.

O Leneu seguiu aquele olhar perplexo e pôde vê-la.

Nearth.

Completamente nua. Com sangue espirrado em todas as direções do corpo. Asas abertas e cabelos rebeldes, mexendo incontrolável por uma aura de fúria implacável.

Na mão direita; o machado que outrora fora segurado por Patrício, onde a lâmina ostentava sangue grosso e um pedaço solitário da carne de alguém. Na mão esquerda; as outras quatro cabeças, igualmente decepadas, pendiam.

A fada estava ferida. Um corte grotesco rasgava o espaço entre a sobrancelha e o início do cabelo, na parte canhota do rosto bonito. Os seios carregavam mordidas profundas, onde brotava o sangue rosado de sua espécie, e nas coxas o mesmo líquido estava seco; uma evidência profana de que Patrício conseguira o que queria.

Fitaram-se. Rancor e medo. Ódio e pavor. Traição e pânico.

E ele soube que seria morto.

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Muitos dias antes

Nearth caminhava tranquila pelos corredores do palácio. Ali não havia problemas, perigos ou preocupações; mesmo que tivesse sido chamada para a sala de prevenção, não tinha o que temer. Era apenas trabalho.

Esticou o braço até tocar nas trepadeiras que enfeitavam o amarelo tênue daquelas paredes protetoras. Colheu um flor de pétalas negras de nome luratiroc ( a qual os Sobrenaturais conheciam como Flor Divina) e prendeu-a entre os seios, sobre o decote coração de seu vestido branco.

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