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Eu estava correndo pelas ruas com o meu Aston Martin v8 Vantage Roadster de cor branca, que eu carinhosamente apelidei de Branquela. Honestamente, o barulho do motor rasgando todas as ruas da cidade era uma das coisas mais prazerosas de se sentir e ouvir. O relógio no painel do carro marcava 10h02 e eu estava rezando para que eu conseguisse chegar a tempo na mansão de Ally. Acelerei o máximo que as leis me deixavam, dobrei mais algumas ruas e lá estava, a enorme mansão branca. Parei em frente ao portão e dei um soco na buzina do carro e um homem vestido em um terno preto apareceu atrás do portão, ao me ver do outro lado sorriu acenando com a cabeça para alguém em algum lugar que eu não conseguia ver, logo em seguida o portão estava se abrindo. Entrei devagar seguindo o caminho de pedras até o local onde ficavam estacionados os outros carros. Conferi o relógio e fiquei aliviada ao perceber que e estava dez minutos adiantada, olhei pelo espelho retrovisor e ajeitei meu laço vermelho que estava no topo de minha cabeça e passei a mão pelos meus cabelos castanhos que estavam um pouco bagunçados por conta do vento. Eu estava vestindo uma camisa da banda The 1975 da cor preta, uma calça skinny rasgada nos joelhos e All Star preto. Desci da Branquela e arrumei o revólver que estava na minha cintura como de costume, coloquei o celular no bolso traseiro da calça, peguei um chiclete sabor hortelã, ativei o alarme do carro e segui por dentro da mansão. Bati na porta e uma senhorinha vestindo um uniforme de camareira atendeu com um sorriso simpático no rosto.

– Olá, eu vim ver a Ally, ela está? – disse retribuindo o sorriso da idosa.

– Claro, a Srta. Brooke está em seu escritório no segundo andar, fique à vontade para subir até lá, Srta. Cabello, certo? – ela disse, abrindo espaço para que eu entrasse.

– Sim, muito obrigada. – me despedi e subi as longas escadas que davam para o piso superior. Quando cheguei no fim dos degraus me deparei com um longo corredor repleto de portas brancas e no final havia uma porta dupla marrom, onde estava o escritório de Ally. Andei pelo corredor banhado de silêncio, o único som que eu ouvia era o som da minha saliva se misturando com o chiclete dentro da minha boca. Mas conforme eu me aproximada daquela porta conseguia captar algumas risadas abafas, o que significava que Ally não estava sozinha, mas por outro lado estava de bom humor, o que é raro. Parei em frente a porta e respirei fundo batendo duas vezes e ouvindo a sessão de risadas cessar.

– Está aberta!! – a voz com traços latinos inconfundíveis de Ally soou por trás da porta.

Girei a maçaneta devagar, quando finalmente abri a porta e entrei, todos os olhares da sala se dirigiram à mim, e eu me deparei com uma cena bem incomum. Eu estava certa sobre Ally não estar sozinha, mas tive uma certa surpresa ao reconhecer as pessoas que estavam na sala: Normani, Dinah... e aquela demônia... Lauren Jauregui.

Olhei ao redor e aquilo me parecia um escritório comum, todas as paredes eram recobertas com estantes repletas de livros, à esquerda havia dois sofás de couro preto e entre eles uma mesa de centro com algumas bebidas posicionadas sobre ela. Olhando para frente haviam duas janelas enormes que iam praticamente do chão até o teto e entre elas um vão onde estava posicionada uma mesa de madeira com uma confortável cadeira giratória atrás, também havia duas cadeiras normais em frente à mesa. Ally estava sentada atrás da mesa com os cotovelos apoiados na mesma e com as mãos sobre a boca exalando uma irritação quase imperceptível. Ela vestia um terno feminino da cor azul marinho quase preto, o que dava um belo contraste com seus cabelos loiros que caíam sobre os ombros.

Sentada em uma das cadeiras estava Lauren, apoiando uma das pernas sobre o braço da cadeira, e meu deus, ela estava linda de morrer; vestia uma touca preta que tinha a frase Bad Hair Day bordada em branco, usava também uma regata cavada preta com a frase I Don't Fuck With You em branco, um short branco todo rasgado e para completar um coturno preto. Eu disse que essa garota tinha um estilo impecável.

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