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Eu não estava nem um pouco disposta a assaltar aquele caixa eletrônico, mas como eu vou falar "não" para Dinah? Eu poderia emprestar dinheiro para ela, mas se ela fosse ter o dinheiro em mãos de qualquer maneira, porque não um pouquinho de ação?

Era quarta-feira, o suposto dia em que seria recolocado todo o dinheiro no caixa eletrônico. Esse processo seria feito durante a luz do dia com guardas fortemente armados, mas durante a noite apenas um ou dois restavam. O caixa ficava do lado de fora de um supermercado e funcionava 24 horas, por isso era mais fácil ainda de roubá-lo, porque não havia câmeras de segurança ou coisas do tipo, mas, por ser dia de recolocação de dinheiro, a missão ficaria um pouco mais complicada. Mas não seria nenhum bicho de sete cabeças, o plano era: chegar, dominar os guardas – não era preciso nem matar –, pegar alguns explosivos, explodir o caixa, pegar o máximo de dinheiro possível e voltar para a casa. Bem simples. Eu não sei se Dinah já tinha feito algo do tipo alguma vez, mas lembro que eu e Lauren já fizemos algumas coisas parecidas antes.

Estava no carro com Lauren esperando enquanto Dinah sedava o guarda, o que não demorou nem cinco minutos. Após Dinah fazer o sinal, corri até o porta-malas e peguei duas bolsas sendo elas uma com os explosivos. Me dirigi até o caixa junto com Dinah. Grudei as bombas adesivas na parte lateral do caixa, ascendi o pavio e corri para longe. Poucos minutos depois ouvimos um estrondo seguido pela sirena do caixa, entrei na nuvem de poeira formada ao redor do caixa procurando pelas notas de dinheiro, enquanto outras voavam aleatoriamente ao meu redor. Dinah e eu colocamos o máximo de dinheiro que conseguimos naquela fração de segundos, enchemos as duas malas até não caber mais e corremos de volta para o carro. Entramos rapidamente jogando a mala com o dinheiro em qualquer parte do carro.

– Anda Lauren, dirige essa merda! – gritei enquanto a morena jogava janela à fora seu cigarro e ligava o carro, arrancando pelas ruas pouco movimentadas dessa madrugada.

Tudo havia transcorrido com perfeição e tudo estava nos eixos. A ação foi rápida e precisa. Dinah dava pulos de alegria no bando de trás e Lauren sorria para si mesma com toda a empolgação de Dinah. Mas eu achei tudo isso entediante, não teve ação nenhuma. Essas coisas simples não despertavam tanto minha adrenalina como antes.

Mas a noite ainda não tinha acabado... e percebi isso quando avistei as luzes vermelhas e azuis piscando contra o espelho retrovisor do carro.

– Merda! – Dinah exclamou aflita.

– Finalmente! – disse para mim mesma.

No mesmo instante arqueei as costas no banco do carro e retirei meu revólver cromado da cintura.

– O que você pensa que está fazendo? – Lauren segurou meu pulso oscilando o olhar entre a pista e meus olhos.

– Eu vou atirar no pneu deles. – tentei puxar o braço, mas Lauren permanecia mais forte.

– Eu cuido disso.

– Eu só vou atirar no pneu deles, nada demais! – levantei e me apoiei na janela ao meu lado, até sentir as mãos geladas de Lauren segurando minha calça e puxando-me para baixo, me fazendo sentar novamente.

– Confie em mim! – Ela piscou os lindos olhos verdes antes de acelerar bruscamente o carro arrancando para longe dos policiais que fizeram o mesmo que Lauren e aceleraram seus veículos.

Lauren dirigia perigosamente por ruas, becos, vielas e calçadas. Atropelando diversas latas de lixo que se encontravam em nosso caminho. Mas nada fazia com que os policiais se afastassem de nós. Eu já estava ficando apreensiva, os movimentos de Lauren com o volante eram precisos, ela definitivamente sabia o que estava fazendo e mesmo assim nada funcionava. Dinah estava roendo suas enormes unhas enquanto era lançada de um lado para o outro do carro conforme Lauren virava em uma curva mais fechada. Eu não sabia para onde Lauren estava nos levando, chegamos em uma rua que dava para diversas outras entradas. Ela fez com que o carro derrapasse um pouco na pista soltando um pouco de fumaça.

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