capítulo 8

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Depois de terminar o almoço e organiza-lo sobre a mesa, começo a preparar o pavê. Débora e Gabriel ainda estavam conversando na sala, vez ou outra eu parava para ouvir um pouco. Ok! Eu sei que é errado, mas eu sou uma pessoa curiosa. Que eu posso fazer?

- Esse hino é lindo. - grito da cozinha, para que eles possam ouvir. Eles estavam ouvindo o hino O Grande Eu Sou.

- Sim! - ela grita de volta animada.

Continuo fazendo o pavê e quando tudo está pronto, ouço-os se despedindo.

- Débora, não quer ficar e almoçar conosco? - pergunto somente por educação, confesso.

Ah, gente esperei e idealizei este almoço com o Gabriel e com seus pais, ter mais alguém não está nos meus planos e nem será a mesma coisa. Apesar que ela é uma menina muito legal.

- Ah, não. - sorri - Minha mãe está me esperando, mas agradeço o convite. - nos despedimos e logo ela vai embora.

- Ainda bem. - digo baixinho.

- Ainda bem o quê, Ana? - pergunta Gabriel virando-se pra mim depois de fechar a porta.

- Nada, querido. - respondo rindo sem graça - Avise aos seus pais que o almoço está pronto.

- Sei. - diz me olhando desconfiado. - Vou avisa-los, - pega o celular e manda uma mensagem pra sua mãe - eles estão ansiosos para ver você. - sorrio - Nem acreditaram quando eu contei que você estava aqui.

- Eu também estou ansiosa. - me sento no sofá - Conversar com sua mãe durante esses anos foi bom para perder a timidez.

- Ainda me lembro da primeira vez que vocês se falaram. - fala ele e sorri.

- Nem me fale! - cubro o rosto com uma das almofadas envergonhada - Estava tão nervosa. Misericórdia! E você só fazia rir de mim. - digo o olhando.

- O que posso fazer se a cena toda foi engraçada. - fala dando de ombros e rindo em seguida. - Hum, enquanto eles não chegam - se levanta do sofá - quero te mostrar uma coisa.

- O quê? - pergunto curiosa me levantando também.

- Me siga. - subimos as escadas para o segundo andar e paramos em frente a uma das portas - Bem-vinda, Ana! - ele abre a porta e eu não posso acreditar. Era uma pequena biblioteca.

- Aaaaaaa... - grito dando pulinhos - Meu Jesus! - vou literalmente correndo até as estantes - Ok! Pode cancelar todos os nossos passeios, - pego um dos livros - vou ficar aqui.

- Nem vem, mano. - ele vem em minha direção - Vou te levar pra conhecer o Rio. - diz abrindo a janela da biblioteca e fazendo achar tudo ainda mais bonito.

- Qual é? - falo - Você mesmo me disse que não teria esse "pique" todo. - relembro o que ele havia me dito antes mesmo que pudéssemos ter certeza que essa viagem aconteceria.

- Acontece que eu estou de férias e já descansei o bastante. - diz cruzando os braços.

Gabriel era professor de história e um dos melhores por sinal. Havia estudado bastante e eu acompanhei as suas lutas e os seus dias de estresse por as vezes não conseguir conciliar tudo e hoje vê-lo desfrutando de todas essas conquistas me deixava muito feliz, assim como me deixou feliz o dia em que ele se formou na faculdade. Muitas vezes eu quis viajar para o Rio de Janeiro, mas naquele dia em especial eu gostaria de ter estado lá. Tenho orgulho do homem que o meu amigo se tornou, apesar de as vezes querer bater nele.

- Por que você tem que acabar sempre com a minha alegria? - pergunto cruzando os braços fingindo uma falsa indignação.

- É o meu passatempo favorito. - fala e pisca o olho dando um sorriso em seguida.

As Viagens da AnaOnde histórias criam vida. Descubra agora