capítulo 15

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- Boa noite! - falo enquanto entro na cozinha bocejando.

- Preguiçosa... - Gabriel diz assim que me sento ao seu lado.

- Te bater você vê. - falo olhando para ele e ele sorri.

Jantamos conversando sobre o nosso passeio e depois decidimos fazer um luau debaixo de uma das árvores em frente a varanda. Tiago começa a fazer a fogueira enquanto carregamos as cadeiras.

- Sah, canta. - peço.

Ela começa a entoar um hino bem conhecido e assim a acompanhamos.

- Tem um celular tocando? - o pai da Sabrina fala.

- É o meu! Licença, pessoal. - digo.

Pego o celular que estava no sofá da varanda e entro indo em direção ao meu quarto.

- Oi, mãe! - falo deitada na cama.

- Oi! Como estão as coisas? - minha mãe diz.

- Estão bem! Viu as fotos que mandei? - pergunto animada.

- Vi sim. Que lugar bonito! Queria morar nesse rio. - diz ela.

Ela sempre foi apaixonada por água. Brincamos que ela tinha sido um peixinho na outra vida.

- Quem é o outro rapaz que estava com vocês? - pergunta ela.

- Era o Tiago! Lembra que falei dele? - respondo.

- Sim! - ela diz.

- Ele é bonito, né? - pergunto.

- É, sim. - ela responde.

- Mãe? - a chamo - A Sabrina disse que ele estava interessado em mim e ele é um cara legal, conversamos um pouco hoje e ele é bem interessante.

- Minha filha, você tenha cuidado. Mal conhece o rapaz e mesmo que a sua amiga tenha dito isso, você tem que ser prudente. Você não é mais uma jovenzinha, sabe muito bem os perigos que é. Então se cuide. - ela diz.

- Eu sei, mãe! Não estou falando que estou gostando dele, nem nada, só achei ele interessante e pode deixar que irei procurar conhecê-lo bem, e bem talvez possamos ser amigos. Não acredito que aconteça algo a mais. - falo pensando no assunto.

- Quem? - ouço a voz da minha irmã.

- O primo da amiga dela. - minha sobrinha responde - Olha aqui...

- Está interessado nela? - minha irmã pergunta e eu fico apenas ouvindo o diálogo delas.

- Está! - minha sobrinha responde rindo.

- Sério? - pergunta ela duvidando.

- Por que? Não acredita? - pergunto.

- Não! - escuto a risada dela e da minha sobrinha.

E logo as lágrimas surgem. Devo informá-los que isso não é a primeira vez que aconteceu, mas houve outras vezes quando eu era mais jovem. Sempre que mostrava a foto de um rapaz bonito segundo os olhos da maioria das pessoas. Eles ficavam incrédulos que alguém como eles podia se interessar por mim e aquilo apesar de ser brincadeira para eles, me machucava, mas eu nunca dizia nada.

Nunca fui muito vaidosa  como as outras meninas, mesmo quando cheguei a adolescência apesar de usar maquiagem, não muita já que nunca me dei bem com essas coisas, usar brinco e etc... Nunca fui de estar sempre impecável ou cheia de frufrus como é o costume da maioria das meninas.

Não me achava tão bonita se comparada com outras meninas. Não é que eles nunca me elogiaram quando estava arrumada, mas os comentários maldosos eram os que eu guardava.

As Viagens da AnaOnde histórias criam vida. Descubra agora