prólogo

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Andava pelo corredor da minha escola lentamente, olhando os mesmos alunos de sempre

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Andava pelo corredor da minha escola lentamente, olhando os mesmos alunos de sempre. Tinha um ou dois alunos novos, mas só isso.

Fui para meu armário, guardar meus materiais e olhar meu horário, que eu peguei na secretaria quando cheguei, mas não dei muita atenção.

Quando estava vendo minha primeira aula, sinto que alguém encostou no armário ao meu lado, me fazendo erguer o olhar na direção da pessoa.

— Você não tem ideia de quem é o novo aluno. — Hina disse com um sorriso irônico.

Hina é minha melhor amiga desde quando éramos crianças. Praticamente crescemos juntas.

— É alguém interessante? — perguntei estranhando o sorriso irônico no seu rosto.

— Oh, com certeza. — ela disse com o tom irônico presente em sua fala, me deixando confusa com essa ironia toda.

Arqueei a sombrancelha esperando ela me falar, mas ela apenas apontou com a cabeça para algo atrás de mim. Me virei para olhar o que ela apontava e senti minha respiração ficar presa na garganta quando vi quem era.

Noah Urrea. Ele andava pelo corredor, como se fosse a porra de um rei ou algo do tipo.

Eu odeio Noah. Na verdade, nossas famílias se odeiam por uma história boba do passado que tem uma grande possibilidade de nem ser verdadeira. Eu não me importo nem um pouco com isso, mas eles se importam e Noah não perde uma oportunidade de me irritar.

Ele é o maior dos babacas.

Quando a gente era criança, ele estudava na mesma escola que a minha e eu me lembro como se fosse ontem quando ele puxava meu cabelo ou me chamava de vários apelidos idiotas, entre eles: "cabelo miojo" por conta do meu cabelo cacheados.

Quase todos os dias eu voltava para casa com minha mão doendo de tanto bater nesse idiota, mas mesmo assim ele nunca parou de me irritar.

Eu agradeci tanto quando descobri que ele e sua família tinham ido embora. Mas agora ele está de volta e o sorrisinho falso que está no seu rosto enquanto ele me olha nesse exato momento, me faz acreditar que minha paz acabou.

— Idiota. — eu murmurei fechando a porta do meu armário com força, enquanto escutava minha amiga rindo ao meu lado.

•••

Estava no comecinho da minha primeira aula e eu estava sentada em uma das carteiras perto da janela.

Passei meu olhar por todos os alunos e percebi que não tinha um único aluno novo na minha sala. Suspirei frustada ao perceber que não tinha nenhum gatinho pra me entreter.

O professor parou de falar quando escutamos uma batida na porta, fazendo o professor andar até a porta e abrir ela. Quando consegui olhar quem era que estava ali, meus olhos se reviraram automaticamente.

Noah entrou pela porta depois de falar com o professor e olhou para a sala procurando um lugar vazio para se sentar. Ele olhou a certeira vazia ao meu lado e abriu um maldito sorriso na minha direção.

Quando eu pedi um gatinho, universo, eu não estava me referindo a esse idiota.

Noah andou até minha carteira e jogou sua bolsa por cima da mesa. Por cima da minha mesa. Ele se sentou na cadeira ao meu lado e eu joguei sua bolsa com força contra ele, fazendo o idiota abrir mais ainda o sorriso.

— Seja agressiva assim na minha cama. — ele disse e eu senti meu rosto esquentar, mas não era de vergonha. Era de raiva.

Maldito seja o professor que gosta de que os alunos se sentem em duplas, agora vou ser obrigada a aturar esse babaca até o fim do ano. Eu não vou aguentar.

— Não me incomode, pois você pode ter certeza que minha mão está pesando bem mais agora, do que quando eu tinha sete anos. — eu disse o olhando irritada, enquanto ele só ria, como se minha ameaça não fosse nada.

Quero ver se vai continuar com esse sorrisinho, quando a marca dos meus dedos estiverem no seu rosto.

— Tenho certeza que ela deve ser levinha para outras coisas. — ele disse fazendo gestos obscenos e eu abri a boca chocada.

— Estou te avisando Noah, é melhor você não brincar comigo. — eu disse ficando cada vez mais irritada.

É incrível como só de olhar para ele, já me deixa irritada.

— Ah, eu vou amar brincar com você até o fim do ano. — ele disse, nunca deixando o sorriso irônico. — E vai ser uma brincadeira bem mais divertida do que quando éramos crianças. — ele disse aproximando sua boca do meu ouvido.

Minhas mãos agiram rapidamente empurrando ele para longe de mim e me virei para frente, revirando os olhos e ignorando o garoto ao meu lado.

O que eu fiz para merecer isso?

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