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Um dos garotos que divide o quarto comigo, me disse que tinha alguém me chamando no meu quarto, então fui em direção ao mesmo

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Um dos garotos que divide o quarto comigo, me disse que tinha alguém me chamando no meu quarto, então fui em direção ao mesmo.

Quando parei em frente a porta, abri ela revelando o quarto vazio.

Franzi o cenho, e quando eu estava preparado para sair do quarto por não ter ninguém aqui, senti um líquido ser jogado por cima de mim.

Meus olhos se fecharam automaticamente, e escutei alguém gargalhar alto.

Abri meus olhos irritado, vendo a cor rosa espalhada por todo meu corpo. Passei minha mão pelo meu rosto para tirar o excesso, e olhei para o lado para ver quem me jogou tinta.

Em cima da mesinha perto da porta, estava Any de pé segurando a lata de tinta enquanto ria algo da minha cara.

— Não acredito que você fez isso. — eu disse enquanto via meu cabelo pingar a tinta rosa.

Any tomou uma respiração profunda na tentativa de parar de rir, mas isso não aconteceu.

O que aconteceu a seguir foi um desastre. Any soltou um grito quando se desequilibrou de cima da mesinha e eu não tive tempo de reagir antes dela cair por cima de mim.

O barulho de algo se quebrando foi alto, e da lata caindo também. Fechei meus olhos com dor pelo impacto.

— Puta que pariu. — murmurei e abri meus olhos lentamente, vendo a garota cacheada em cima de mim ainda de olhos fechados.

Quando abriu vi de perto seus grandes olhos verdes me encarando.

De perto a cacheadinha é bem mais bonita.

Suas bochechas ganharam uma coloração avermelhada, enquanto mordia seus lábios.

Por um segundo, me esqueci que ela me jogou tinta rosa, e depois caiu em cima de mim. Só conseguia focar no seu rosto, e na forma que me olhava.

— O que está acontecendo aqui? — escutamos uma voz.

Any se assustou e saiu rapidamente de cima de mim. Me sentei e olhei para a porta, onde estava parado um coordenador.

— Garotas não podem entrar no quarto dos garotos, e porque está sujo de tinta? — ele questionou e eu olhei para Any, já que ela é a responsável por tudo isso. — Os dois vão conversar com a diretora do acampamento. — ele disse e eu suspirei.

Olhei para Any a acusando com meu olhar, mas ela apenas me ignorou, se levantando e seguindo o coordenador. Demorei um tempo até me levantar também, sentindo uma pequena dor nas minhas costas por culpa do impacto do meu corpo com o chão.

Percebi que a mesinha tinha quebrado a perna, e acho que foi isso que fez o barulho alto quando Any caiu.

O coordenador nos levou até uma sala, onde estava sentada a diretora do acampamento.

Ela me olhou confusa e acho que é porque eu estou rosa.

— O que aconteceu? — perguntou e o coordenador explicou.

— Os dois estavam juntos no quarto masculino e ele está sujo com tinta. — apontou para mim.

— Deixa que eu cuido daqui. — disse a diretora e o coordenador saiu. — Sentem-se e me expliquem o que aconteceu.

Eu e Any sentamos nas duas cadeiras que tinha ali, de frente para a mesa da diretora que estava sentada do outro lado.

— Ela me jogou tinta. — eu disse cruzando os braços.

Any abriu a boca para se defender, mas nada saiu. Não tem muito o que ela se defender. Ela é a errada.

— Por que? — perguntou a diretora para Any.

— Ele tinha me empurrado da piscina. — ela disse.

— Isso não justifica você jogar tinta em mim. — eu disse me virando para ela.

— Justifica porque você é um idiota. — ela disse irritada e eu a olhei da mesma forma.

— Vocês dois não parecem se dar muito bem. — disse a diretora analisando nós dois, e olhamos para ela que nos encarava atentamente.

— Isso é porque o Noah é muito irritante e vive me perturbando. — Any disse apontando para mim.

— Eu não sou irritante e nem te perturbo, você que se perturba sozinha. — Any me olhou arqueando uma sombrancelha.

— Bom, pela bagunça que vocês fizeram, sem contar que Any roubou uma lata de tinta, vou ter que dar um castigo. — ela disse e eu a olhei indignado.

— A bagunça que nós fizemos? Eu não fiz bagunça nenhuma, e é injusto que eu tenha que pagar por uma coisa que eu não fiz. — eu disse irritado para a diretora.

— Você vai mais... Ajudar a Any no castigo dela, do que estar em um castigo. — ela disse e eu a olhei debochado.

— Eu não quero ajudar essa... Esse miojo desbotado. — eu disse irritado cruzando os braços.

— Miojo desbotado? Você já foi melhor nos xingamentos Noah. — escutei Any dizer com ironia.

— Eu não quero perder o meu tempo para pensar em algo para te chamar. — eu disse me virando para ela, que franziu o cenho e me olhou confusa sobre o que eu disse.

— Viu só? Vocês dois precisam ter uma convivência melhor, e fazerem as tarefas juntos do acampamento, vai ajudar os dois a criarem uma boa amizade. — olhei para a diretora fazendo uma careta pelo "boa amizade".

Eu não quero uma amizade com Any.

— Como assim tarefas? — perguntou Any.

— Limpar os banheiros, ajudar a preparar o almoço e limpar a cozinha. — ela disse e eu olhei para ela indignado.

Ela quer escravizar a gente, é?

— Eu só não entendi porque eu tenho que fazer isso, se eu não fiz nada? — eu disse respirando fundo.

— Porque vocês vão se dar melhor ajudando um ao outro. — ela disse e eu a olhei como se ela fosse louca.

Isso não faz sentido. Eu e Any não vamos nos tornar amigos por limpar banheiros e cozinhar, o resultado disso vai ser bem o oposto.

— Isso não vai funcionar. — disse Any.

— É claro que não, pelo menos não só isso. — disse a diretora sorrindo como se estivesse vendo sua série favorita.

Velha maluca.

— Vocês vão escrever em um papel três coisas positivas um do outro, e depois vão me entregar. — ela disse e percebi Any fazer uma careta.

— E você acha que esse babaca tem alguma coisa positiva? — Any apontou para mim.

— Tenho certeza que você gosta de alguma coisa no Noah. — ela disse sorrindo. — Agora podem ir, e não se esqueçam de escrever as três coisas, vou dar a vocês o prazo de três dias.

Eu e Any saímos da sala da diretora, e Any estava emburrada, só não entendo o porquê, se quem deveria estar mais irritado era eu, que sou a vítima dessa situação.

E agora sou obrigado a ajudar ela no seu castigo, e ainda escrever três coisas positivas da cacheadinha.

Não que ela não tenha, mas eu não quero que ela saiba que eu reparo em algumas coisas.

I Hate You ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora