Capítulo 15

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Eles dirigem por quase uma hora, até onde Rick pode perceber. Ele sabe que há um relógio no painel, mas a comida, as armas, as roupas e as roupas de cama que conseguiram encontrar fazem com que os quatro e todo o resto se encaixem perfeitamente, e Rick mal consegue ver sua própria mochila colocada em seu colo, ou o longo rifle que ele deu a Jacqui espetado no pé, e a montanha de travesseiros entre ele e Andrea.

Ele se sente exausto até os ossos, derrotado de uma forma que não consegue explicar. Parece um fracasso deixar essas pessoas afastá-lo. Tanto é verdade que War optou até por zombar dele com a escolha do veículo.

Eles chegam ao topo de uma pequena elevação e Rick olha pela janela enquanto avista uma pedreira. A estrada leva direto ao centro dela e há grandes pilhas de terra desenterrada por todos os lados, criando uma barreira contra o clima e contra os mortos-vivos. Rick sorri, satisfeito com a localização e a inteligência daqueles que escolheram habitá-la. O dia ainda é jovem e Rick pode ver o pequeno ninho de árvores um pouco mais distante, a piscina de água semelhante a um lago abaixo da elevação rochosa mais alta. Há uma coleção de barracas, um trailer, e ao lado ele vê o Honda vermelho e a caminhonete de Merle.

Ele se senta um pouco mais ereto, tentando espiar sua família entre as barracas e os veículos, mas não há movimento. Ninguém.

O Challenger para ao lado da caminhonete de Merle. A motocicleta de Daryl não está mais lá, mas estacionada atrás, empoeirada e esbranquiçada pela rocha da pedreira. Jacqui estaciona o jipe ​​ao lado do carro de Glenn.

Todos eles saem do carro como um só. Rick inspira como se fosse a primeira vez, estremecendo e instável. Merle sai do jipe ​​e fica ao lado dele, sorrindo.

"Não vai fugir de mim, vai, maluco?"

"Por favor, pare de me chamar assim", Rick murmura, estremecendo quando Merle aperta seu ombro novamente. "Acho que a perda de sangue pode estar me afetando."

"E aqui estava você agindo como se fosse sobreviver sozinho", diz Merle, revirando os olhos. Então, ele leva os dedos aos lábios e solta um assobio curto e agudo. É alto o suficiente para Rick estremecer. Não é um sinal que ele reconhece da lição de Daryl, mas parece funcionar. A porta do trailer se abre, revelando um homem baixo e mais velho e outra mulher loira que Andrea imediatamente corre e abraça.

Uma das barracas faz barulho e Rick sorri ao ver Carl saindo. O menino congela ao ver Rick, com os olhos arregalados. Então, "...pai?" ele pergunta, como se não pudesse acreditar.

"Ei, Carl," Rick respira, e então Carl corre até ele e dá um abraço. Rick se agacha para poder puxar o garoto para perto dele, os braços de Carl envolvendo seus ombros com força. Rick passa uma mão pelo cabelo bagunçado de Carl, inspirando profundamente o cheiro do garoto. Ele cheira a poeira e água. Seus olhos ardem e ele percebe que está sufocando de alívio ao abraçar seu filho. A morte não lhe disse que Carl estava morto, mas é preciso saber que ele não está, e então sentir o calor dele e ouvir seus próprios soluços de felicidade.

Rick se afasta e segura o rosto de Carl, afastando o cabelo e as lágrimas do rosto e da testa. "Como você está?" ele pergunta, a voz áspera. "Como está sua mãe? Shane?"

"Eles estão aqui", responde Carl. Bem na hora, Shane e Lori emergem de outra tenda. Os dois congelam quando veem Rick e então Shane solta um grito de alegria, avançando e pegando o antebraço de Rick em sua mão, levantando-o e então para um abraço.

"É bom ver você, irmão," Shane murmura, e Rick quer chorar de novo quando ele se afasta e não vê nenhum traço de War no rosto de Shane. Lori entra em foco ao lado de Shane, seu sorriso aguado. "Pensamos que você poderia estar morto. Tentei ligar de volta, mas -."

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