MARCAS

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CAMILA


    Acordei com a cabeça latejando, consequência da noite animada de ontem. Olhei ao redor do quarto e senti um aperto no peito ao perceber que Lauren não estava lá. Uma onda de decepção me invadiu. Eu realmente gostava da presença dela e esperava que acordaria ainda em seus braços e poderia sentir ela junto a mim.

    Me sento na cama e começo a olhar em volta na esperança de vê-la em algum canto do quarto, quando meus olhos pousaram em um bilhete na cômoda ao lado da minha cama. Me estiquei até lá e peguei o bilhete, abrindo-o com curiosidade.

    "Achei que você pudesse precisar disso. Espero que esteja se sentindo melhor. - Lauren."

    Ao lado do bilhete havia um copo de água e um remédio. Um sorriso involuntário se formou em meus lábios. Era reconfortante saber que ela estava preocupada comigo e eu realmente fiquei grata pela atitude, pois minha cabeça estava me incomodando ainda.

    Tomei o remédio e me levantei da cama, trocando de roupa rapidamente. Desci as escadas e segui para a sala de jantar, onde o cheiro tentador de café fresco me recebeu. Robert já estava lá, arrumando a mesa.

    — Bom dia Rob. — Falo cumprimentando o senhor com um beijo na bochecha que sorri em retribuição. — Você sabe onde está a Lauren? — Não pude evitar de perguntar por ela.

    Antes que ele pudesse responder, vejo Manuel entrar na sala de jantar com um sorriso enorme no rosto.

    — Lauren não está na mansão, e não voltará hoje. — Ele disse com uma expressão indiferente.

    Franzi a testa, sentindo uma pontada de tristeza.

    — Oh, eu estava esperando vê-la. — Lamento indo em direção ao meu lugar na mesa.

    — Ela pediu o dia de folga. Cheguei cedo e ela já estava aguardando por mim, disse que precisava do dia para resolver alguns assuntos pessoais. — Tio Manuel falou vendo minha frustração. — É algo que eu possa te ajudar querida? Posso pedir que um dos seguranças da casa te acompanhe se for necessário.

    — Não precisa tio, só queria saber se ela viu meu batom, acho que perdi ele ontem voltando para casa. — Menti, e o homem apenas dá de ombros. Eu sabia que por mais que meu tio tentasse ser compreensível comigo ele não entraria em assuntos tão fúteis como esse.

    Porém ao voltar a pensar em Lauren minha frustração aumentou. Eu estava começando a entender que Lauren era uma mulher de mistério, mas isso só aumentava minha curiosidade.

     — Você sabe por que ela precisava do dia de folga? — Pergunto como quem não quer nada enquanto adoçava meu café. Ele negou com a cabeça.

    — Não faço ideia. Ela não deu detalhes. Apenas disse que sairia por um tempo.

    Suspirei, olhando para baixo.

    — Bem, espero que esteja tudo bem.

    — Tenho certeza de que está. — Manuel respondeu, parecendo confiante.

    Eu não sabia qual seria o motivo dessa saída repentina, mas eu estava receosa que poderia ser por meu comportamento de ontem, acho que acabei exagerando e isso assustou ela, mas eu estava principalmente frustrada por realmente não ter acontecido nada.

    Mas confesso que dormir em seus braços foi a melhor sensação que eu pude ter nos últimos seis meses, uma sensação de acolhimento, de proteção, de carinho.

A Guarda-CostasOnde histórias criam vida. Descubra agora