TENENTE PINE

418 47 17
                                    

CAMILA

    — Como você está? — Pergunto para Lauren depois de alguns minutos parada com ela no carro, para que ela pudesse se recompor.

    — Eu estou bem, obrigada, Camz. De verdade.

    — Não precisa me agradecer, Lolo. — Falo acariciando seu rosto. — Você sabe que eu estou aqui para o que precisar.

    — O mais engraçado é que deveria ser o contrário. — Ela fala rindo e vê-la sorrir daquela forma aquece um pouco meu coração. Não aguentava ver ela tão mal. — Eu que sou a Guarda-Costas aqui.

    — E a melhor Guarda-Costas por sinal. — Falo e dou um selinho demorado nela.

    Lauren dá partida no carro e começa a dirigir para casa, quando uma ideia volta à minha cabeça.

    — Olha, sei que não acha uma boa ideia, mas eu ainda gostaria de ir falar com o tio Manoel. — Falo ainda com um pouco de receio de sua resposta. — Ele esteve a frente da empresa por tanto tempo, ele pode saber como nos ajudar.

    — Exatamente Camz, ele esteve a frente da empresa por tanto tempo e nunca percebeu as coisas de errado que estavam acontecendo.

    — Lo...

    — Ok, Camz. — Ela fala tirando as mãos do volante e esfregando os olhos, quando paramos em um semáforo fechado.

    Lauren pega um desvio e começa a dirigir em direção à casa dos Mendes, que ficava em um condômino fechado de casas de luxo. Quando chegamos a portaria, o porteiro me reconhece de imediato e libera nossa passagem, sem a necessidade de nos anunciar.

    Lauren dirigi mais um pouco e entramos na rua que ficava a casa dos Mendes, era uma casa grande e bem apresentável, apesar de não ser nenhuma mansão.

    Antes de chegarmos de fato a casa, podemos ver uma movimentação na porta da casa e Lauren para o carro do outro lado da rua, um pouco distante e começa a observar as pessoas que conversavam com desconfiança.

    — Qual o problema? — Pergunto para ela, que está com a cara séria.

    Mas ela não fala nada, tiro o cinto e me viro para abrir a porta do carro para descer, mas Lauren me puxa de volta e fico sem entender nada.

    — O que foi Lauren? — Falo um pouco incomodada com sua atitude.

    — Espera um pouco. — Ela fala e aponta para as figuras na porta da casa dos Mendes.

    Reconheço de imediato meu tio, que estava com seu pijama já, encostado no batente da porta e conversando sorrindo para o homem que estava a sua frente.

    O outro homem tenho certeza de nunca ter visto antes, apesar de ter uma sensação de que ele me lembrava alguém.

    O homem loiro era alto e tinha um porte atlético. O cabelo bem cortado e delicadamente penteado, uma barba baixa, por fazer, que dava um toque de seriedade a mais para seu rosto, mas apesar da postura firme, que lembrava muita a de Lauren, ele tinha um sorriso convidativo e delicado. Podia se dizer que ele era um quarentão bem charmoso.

    Os homens continuam a conversar em meio a muitos sorrisos, até que o desconhecido coloca a mão do rosto de tio Manoel e o puxa para um beijo, que é imediatamente retribuído pelo outro homem.

    Minha mão vai automaticamente para minha boca, pela surpresa da cena. Em nenhuma circunstância eu poderia imaginar que o homem que conviveu comigo toda a minha vida se relacionava com outros homens.

A Guarda-CostasOnde histórias criam vida. Descubra agora