VELHOS CONHECIDOS

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LAUREN

    Estou no carro já, encostada na porta do motorista, enquanto estou esperando Camila descer do seu escritório. Ela me pediu que viesse na frente enquanto ela terminava de guardar alguns documentos.

    A essa hora o estacionamento já estava praticamente vazio, com alguns poucos carros que ainda podiam ser vistos um pouco mais distante.

    Sinceramente eu estava me perguntando se a proposta de solução que dei para Camila realmente era boa, mas no fundo já estava começando a me arrepender, talvez fosse mais fácil realmente levar direto para mãos competentes.

    Pego meu celular no bolso da minha jaqueta e começo a procurar por um número que a muito tempo eu nem pensava em mandar sequer uma mensagem e nesse momento estou aqui, cogitando a hipótese de ligar para ele.

    Eu nem mesmo acreditava ainda ter aquele número e tal foi minha surpresa ao encontrar ele em meio aos meus contatos.

    Respiro fundo algumas vezes, pensando na insanidade que era isso, mas logo penso em Camila e em como estou fazendo isso por ela.

    — Aí Camila, isso realmente é a atribuição de uma guarda-costas? — Falo para mim mesma.

    — Deu para falar sozinha agora, Lolo? — Ouço Camila se aproximando.

    Guardo meu celular de volta na jaqueta e vou até o seu lado do carro, já abrindo a porta para ela entrar.

    — Não Camz, estava só pensando em voz alta. — Falo enquanto ela entra no carro e fecho a porta.

    Atravesso e paro em frente a porta do motorista, pego novamente meu celular e decido ligar para o número na tela.

    A ligação toca cinco, seis vezes e cai na caixa postal. Tento ligar novamente, chama uma única vez e vai novamente para a caixa de mensagens.

    Eu sabia bem o que isso significava, mas decido insistir mais uma vez, porém dessa vez nem chega a chamar.

    Guardo o celular frustrada no bolso e entro no carro.

    — Algum problema? — Camila pergunta assim que me sento ao seu lado.

    — Não, está tudo bem. — Falo com um sorriso no rosto, para acalmar ela.

    — Tem certeza?

    — Tenho sim. — Dou partida no carro e saio do estacionamento da empresa. — Você se importa se passarmos em um lugar antes de ir para casa?

    — Claro que não, mas onde seria?

    — Lembra a pessoa que eu disse que poderia nos ajudar? — Pergunto e ela confirma com a cabeça. — Bom, ele é policial e a casa dele não fica muito fora do caminho de casa.

    — Polícia? Eu pensei que fosse um auditor fiscal ou no máximo um detetive particular, mas um policial? Não é muito exagero já envolver as autoridades? — Ela pergunta claramente preocupada.

    — Não precisa se preocupar, tenho certeza que ele vai saber ser discreto e se realmente houver algo de errado ele é a melhor pessoa para saber como atuar nesse caso. — Falo tentando acalmar ela, que suspira e deixa os ombros caírem.

    — Certo. — Ela fala derrotada. — Mas ainda acredito que seja melhor falar com o Tio Manoel, ele tem ajudado tanto com tudo, seria bom se ele estivesse apar do que está acontecendo. — Ela insiste.

    — Certo Camz, vamos ver isso primeiro e a gente vê sobre contar para o Sr. Mendes. — Dou uma breve olhada para ela e um sorriso, na tentativa de tranquilizar ela.

A Guarda-CostasOnde histórias criam vida. Descubra agora