A Última Princesa (livro 4)

Na escuridão da noite

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Starvos Drake não podia acreditar que estava no Palácio Real, trocando ideias e tomando café ao lado do do rei de Azzurro e de sua esposa.

O fato era que em breve ele trataria diretamente com Fernando, o duque de Aragón, como o monarca de Calena, e precisava se aproximar mais de León IV.

- Eu nem sei como agradecer pela hospitalidade e a simpatia de Vossas Majestades. Fiquei até surpreso com o pedido de Frederick para vir a Azzurro, até porque ele me dissera que não seria uma visita de Estado.

- Nós é quem estamos muito satisfeitos por sua visita, Lorde Drake. - Carmen, a duquesa de Aragón, sorriu brandamente, com sua aparência composta e neutra, mesmo que o piercing no nariz, a marca registrada da rainha, fosse sempre uma surpresa, indicando o caráter ousado da rainha – alguém difícil de ser enganado. - Espero que tenha apreciado suas instalações.

- Certamente. Estou em um local belíssimo e com uma vista maravilhosa para o Jardim Mediterrâneo. Creio que é um dos lugares mais lindos de todo este palácio.

- Nada é mais belo do que o Salão Redondo, ouso dizer. – prosseguiu Fernando. -  Até porque daremos um baile, em homenagem aos monarcas de Calena.

A informação sobre o baile chamou a atenção de Starvos, que arqueou as sobrancelhas rapidamente e sorriu, enquanto tomava um gole do café com leite.

- Wonderful! Será uma excelente oportunidade para fortalecer e aprofundar as nossas relações, mas também conversar, trocar ideias com outros nobres. Temos muito em comum, como país e como povo.

“Por exemplo, o fato de você ser responsável pela morte de minha amiga”, pensou Carmen, cortando o pedaço de bolo de chocolate.

- Buenos dias a todos... - a voz de Bruno León surgiu no meio da sala de jantar, que ficava no térreo do Ambiente Leste, e era ocupada geralmente pela família real e convidados especiais que se hospedavam no Palácio.
Bruno surgiu com um sorriso, deu um beijo na testa do irmão e outro na da rainha, antes de cumprimentar Starvos, que se levantou com energia.

- Mucho placer en cononcerlo, Lorde Drake... - O aperto de mão foi firme, e os dois homens se encararam, Bruno com um sorriso aberto de alguém que nunca teria visto Starvos antes.
Quanto ao caleno, ele fez uma mesura de concordância, enquanto as íris se movimentam de um lado a outro, como se ele escaneasse o rosto do conde de Calábria.

- O prazer é todo meu! Aliás, você me lembra de alguém que conheci e é de Azzurro...

- Aposto que é alguém de Siracusa, onde minha compleição física é mais comum por causa da imigração inglesa. – a informação foi guardada com atenção por Starvos. “Posso buscar informações sobre Adriano León por lá...” – O tipo físico mais comum em Azzurro geralmente é parecido com meu irmão, ou minha cunhada.

- A diversidade deste país é sempre encantadora. Nós temos algo muito parecido em Calena, e me orgulho profundamente. Também quero prosseguir com a defesa deste elemento tão fundamental assim que eu me casar com Lady Emme.

O sorriso de Bruno se manteve, mas Fernando notou que era mais fechado, menos animado.
- Acredito que será uma grande união, pelo que conheci de Lady Ashton, ela tem boas ideias para o país também. – comentou o rei, o foco totalmente no irmão.

- Seremos uma espécie de power couple. E quando chegar a época do casamento, eu faço questão de convidá-los.

Apesar de ser um homem astuto, Starvos mal sabia estar dentro de uma armadilha. Fernando e Carmen analisavam cada movimento do nobre, mas Bruno se comportava de maneira diferente. Por um lado, ele estava diante do homem que mandou matar sua querida Dolores; e por outro, percebia na vaidade de alguém que gostava muito do som da própria voz, a maneira comemorava cada palavra, alguém que não merecia estar próximo de Emme.