Finalmente temos o capítulo. Não direi mais nada.
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A televisão bateu recorde de audiência, e a população tomou as ruas para chorar um dos membros mais queridos da família real de Azzurro.
Quem não se emocionou com o "conto de fadas real", a história de amor entre a moça plebeia, pobre, e o príncipe rebelde, playboy, que se reformou e se transformou por amor?
O amor que se converteu em família, graças ao casamento e a chegada da pequena Esmeralda, mantida no conforto de seu quarto real no Palácio, sem saber que não teria mais sua mamãe.
Porque a condessa de Calábria, Dolores Escobar-León, estava morta.
Ainda haviam muitos mistérios envolvendo a morte da jovem, sequestrada por um grupo de homens sem capuz, a céu aberto, sob a luz do dia, e sem pedido de resgate. A ação foi rápida: assim que a jovem saiu, acompanhada à distância por dois seguranças – ela e Bruno eram alguns dos raros membros da família real que não eram acompanhados um grande aparato de segurança, exceto pelos dois agentes no entorno (os herdeiros diretos – Max, Mariam e Fernando José – ficaram com a maior parte do aparato) – ela seguiu até um táxi, mas nunca entrou no veículo: a jovem foi arrancada, a gritos e berros, e levada dentro de uma SUV por um grupo de homens, que parecia muito bem equipado e experiente no assunto.
Nem deu tempo dos seguranças correrem: restou apenas ligar para Bruno, e informar que Dolores fora sequestrada. A resposta do príncipe foi de monarca, mais do que a do marido: ele entrou em contato com Fernando e numa reunião ao lado do primeiro-ministro Justino Bekele e o ministro da Justiça, todos ficaram a postos sobre um pedido de resgate, e o uso de tecnologia para rastrear a localização de Dolores pelo celular.
Porém, o silêncio foi a resposta encontrada. Os sequestradores nunca entraram em contato.
O que foi indicado por Bekele que deveria ser mantido em segredo, para não afetar todo um país, dois dias depois tornou-se uma cruel realidade, refletida pelo olhar sombrio do rei, de sua rainha, e da expressão estoica e parada de Bruno León, cujos olhos azuis escondidos pelos óculos escuros não tinham mais nada.
Caminhando à frente do cortejo fúnebre real em meio às ruas da capital, Santa Cecília, se estivesse em outra situação – e não em meio a milhares de súditos tão chorosos quanto ele – teria corrido até o caixão levado pela elegante charrete ao ar livre, e ficaria lá, tentando ressuscitar o que restou de sua amada esposa. De sua vida.
Por que viver? Por que ainda reter a cor, o brilho nos olhos? Não havia mais alegria para Bruno, desde o momento que os agentes secretos descobriram que a SUV do sequestro fora encontrada num porto nos arredores de Santa Cecília, e um barco em águas internacionais, afundado, próximo a um grupo de pedras suficiente para ser considerado uma pequena ilha, inabitada.
Partes do barco estavam em destroços, e um grupo de peritos descobriu que embarcação havia explodido. No entanto, a perícia e a Interpol, que entrou na investigação, confirmaram que dentre os cinco homens que estavam no carro, três haviam morrido, e dois desaparecidos. Quanto a Dolores, as coisas pareciam mais complexas: o pedaço de um tecido que Bruno reconheceu rapidamente como parte da roupa da jovem foi achado perto dos destroços, repleto de sangue; e na ilhota inabitada, no meio do caminho entre Azzurro e a Itália, vários pedaços de um corpo carbonizado. Nem mesmo a arcada dentária restou: aparentemente a explosão e o impacto do encontro do corpo com as pedras, destruiu os dentes do morto.
Contudo, entre os resquícios do corpo carbonizado, entre o mínimo encontrado, onde um dia foi uma mão, uma perícia mais detalhada comprovou a presença do DNA de Dolores.
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A Última Princesa (livro 4)
RomanceNo paraíso mediterrâneo de Azzurro, onde o mar é azul e as cidades possuem uma mescla de tradição e modernidade, o casamento de Dolores Escobar e Bruno León, era considerado o "conto de fadas da vida real": a Cinderela e o Playboy Redimido pelo Amor...