Esmeralda

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Hora de saber a verdade sobre Dolores e Emme...

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- Jesus... Jesus Christ...

- Você sequestrou minha esposa, a mãe de minha filha, que mal se lembra de mim, e ainda por cima quer colocar... Você sabe, Frederick, que está entrando em um campo muito perigoso, não sabe?

- Emerald é minha filha!

- Não, o nome dela não é... Emerald? O quê? O que...

- Emerald Marie Ashton é minha filha. Minha filha biológica. Eu fiz o DNA... E... Ela pode... Lord have Mercy...

Os dois homens conversavam perto um do outro, ao pé d'ouvido, de tal forma que todos os criados passando pelo corredor acreditavam que Bruno e Frederick estavam trocando algum segredo de Estado.

No entanto, havia uma tensão no ar, nas palavras tremidas do Conde Ashton, e na raiva fervente do príncipe.

Frederick olhou para a foto exposta em seu rosto, caída no chão, e encarou a imagem com a mão tremida da mesma forma que a voz. A foto apresentava Dolores, poucos dias após o nascimento de Esmeralda, deitada na cama ninando a filha. A jovem estava com os cabelos longos e cacheados, sem os óculos, sorrindo com os olhos direcionados para menina, mas era possível perceber o quão semelhante ela era em relação à Emme. A única diferença entre as duas era o fato de que Emme tinha cabelos curtos, mas ambas eram idênticas.

O choque de Frederick tinha a ver com o fato de que quando ele encontrou Emme caída na praia, desmaiada, sangrando, com a cabeça ferida, a mulher era idêntica à jovem da foto.

- Precisamos conversar em particular; não pode ser aqui no meio do corredor.

- Se dependesse de mim, Conde Ashton, a nossa conversa seria bem diferente, em outro lugar, na Torre.

- Não precisa me ameaçar, especialmente depois que eu explicar tudo para você. Vamos ao seu escritório.

O gabinete particular de Bruno León ficava no térreo do Palácio Real, no final do corredor onde estavam localizados os gabinetes dos ministérios, e ninguém estranhou o príncipe e Frederick Ashton juntos entrando na sala.

A porta foi trancada e Bruno se sentou na poltrona. Buscou respirar profundamente sem ter nenhum risco de cometer um erro grave. Queria ouvir toda a história e saber se acreditava em Frederick ou não. Já o príncipe de Calena oscilava entre olhar a foto daquela mulher e encarar o príncipe, que sempre foi seu amigo.

Como poderia ser? Tantas coincidências... E agora... Ele tinha uma neta! Agora tudo se explicava, especialmente o sentimento que sua filha tinha muitas vezes de vazio, a forma como tocava na barriga... A impressão estranha de que algo, ou alguém, lhe faltava.

Sua filha tinha um marido. Ele era avô. Como explicar toda aquela loucura?

- Eu estava em visita diplomática na Itália, e sempre me hospedo em um hotel com vista para o mar. O Mar Mediterrâneo é um lugar que eu aprecio sobremaneira. Este hotel tem saída para uma praia particular, então à noite costumo sempre sair e caminhar um pouco para relaxar e pensar. É uma praia altamente iluminada, então quem estivesse por ali seria facilmente reconhecível. Caminhei, avaliando questões de Estado, uma próxima reunião com o primeiro-ministro, até que percebi algo estranho na areia, a água batendo, arrastando para a praia. De longe, parecia um pet de grande porte... Caminhei com cautela, acompanhado de um de meus seguranças, e pelo tamanho, suspeitei que fosse um hóspede desmaiado ou bêbado.

"Indiquei com o dedo para o segurança fazer uma ligação para o hotel, porque eu realmente comecei a achar que era um bêbado... Até que eu vi que não era o corpo de um homem bêbado, e sim o corpo de uma mulher sangrando e ferida."

A Última Princesa (livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora