Capítulo 2

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Harry sentiu seu corpo ceder quando ele caiu na cama. Voltar com o rosto cheio de hematomas recentes fez com que ele gritasse.

"Nas ruas se metendo em brigas!"

Sim, sim, ele estava claramente ingrato. Duda ficou para assistir a tudo com um sorriso até que tia Petúnia o enxotou para a escola. Pelo menos ele foi aterrado e empurrado para seu pequeno espaço de armazenamento onde ninguém poderia acertá-lo. Se havia uma coisa com a qual tio Vernon se importava era com a reputação, nenhum pupilo dele iria andar por aí parecendo abusado só porque ele estava.

Harry sorriu no travesseiro pela primeira vez em anos. Draco Malfoy. Ele reviu a lembrança até adormecer com o raio de esperança e conforto que ela lhe proporcionou.

Ele escapou todas as noites depois, dobrando um cabide de arame para destravar e trancar a fechadura externa do armário e roubar uma chave reserva esquecida de uma gaveta, ninguém sentiria falta dela. Foi a maior liberdade que ele já teve, e ele passou isso sentado e esperando no parque, em seu balanço.

Olhando para as estrelas quase todas abafadas pela luz da cidade, ele cruzou os dedos como costumava fazer e começou a desejar. Queria que Draco voltasse. Afinal, isso poderia se tornar realidade.

Demorou uma semana até ele ver Draco novamente.

O menino havia mandado seus amigos de volta como da última vez em estado semelhante e apareceu andando. Uma sensação de triunfo em suas veias pela atenção extasiada que recebeu ao entrar.

"Boa noite, Harry Potter." Ele sorriu.

"Draco." O sorriso de Harry era largo e aberto como nada que Draco já tivesse visto. Ele não tinha como saber que acabara de realizar um desejo.

O menino estava um pouco curado, em melhor forma simplesmente por não ter chorado por horas como da última vez. O roxo manchava sua pele pálida, sua figura magra obscurecida por roupas largas, mas Draco agora conseguia distinguir as bochechas encovadas. Em vez disso, ele parecia pior de diferentes maneiras e isso de alguma forma acendeu nele. Este era o trouxa dele. Como eles ousam.

"Harry, esse Duda machucou você de novo desde a última vez?" Ele perguntou a Cooley. Isso sinalizou o início de sua respectiva busca por informações.

"Não em qualquer lugar que você veria, apenas empurrando. Não vamos falar sobre ele. Harry ficou inquieto e corou ao pensar em uma das coisas que o ajudaram durante a semana. "O que você fez antes de vir falar comigo?"

"A mesma coisa que fiz esta noite, levei meus amigos para beber."

"Oh, você é mais velho que eu então." Harry abaixou a cabeça.

"Eu tenho quinze."

Harry voltou a encarar Draco. A loira não se incomodou e possivelmente não se impressionou. Ele deu um sorriso arrogante diante da descrença de Harry. "Eu também. Seu menor de idade.

"Uma observação atenta, quem vai me impedir?" Harry encolheu os ombros de volta. "Diga-me, o que você faz para se divertir por aqui?"

"Não poderia te contar. Acho que é o zoológico, não acho que eles vão deixar você trazer suas bebidas com você. Você mora por aqui?"

"Você mora com pessoas que fazem você parecer assim e você não se diverte, hein. Não, apenas fazendo uma viagem sem supervisão." Draco afirmou enquanto balançava ao lado de Harry. Seu coração parou quando ele se ajustou para observar Draco, que se movia para frente e para trás na ponta dos pés. "Qual é a sua vida exatamente?"

"Meus pais morreram, eu moro com minha tia e a família dela..." Harry queria dizer isso, mas parou, sentindo a hesitação. Draco simplesmente o encarou até que ele continuasse. "Eu moro no armário deles; eles me odeiam e dizem que meus pais mereciam morrer. Dudley e seus amigos gostam de me usar como saco de pancadas. Eu não tenho para onde ir..." algumas lágrimas vazaram no final e ele parou. Essa foi a vida dele.

Born Muggle [TRADUÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora