Capítulo 16

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Foi chocante e desorientador. O chão tremeu como se uma bomba tivesse explodido e por alguns momentos Harry se contentou em pensar que era apenas uma árvore sendo derrubada. Então ele ouviu os gritos. Os gritos enlouquecedores e enlouquecidos quando algo os explodiu no próximo som de uma grande erupção. Quando ele abriu os olhos, lá estava Draco, ele se levantou e correu para vestir as calças, a varinha apontada para a porta. Ele podia ver o tremor na forma como seu amante o segurava, o medo.

"Não deixe que eles usem..." Uma voz veio de algum lugar atrás de sua cabeça.

Foi nesse momento que Harry percebeu que não conseguia se mover. Um novo medo do que quer que estivesse perto de sua orelha, fora de vista, o fez abrir a boca para tentar chamar a atenção de Draco, mas nada saiu. Ele sentiu a ponta de uma varinha nas vértebras de sua coluna, apunhalando-o.

"Você deveria ter me amado!" A voz de uma mulher gritou, acusadora, irritada, triste. Então aquela varinha pareceu sugar algo dele. A dor era imensa, uma espécie de esvaziamento de suas entranhas quando ele foi mutilado.

"Sou eu que você quer! Não machuque oi..." E ele conhecia aquela voz, não é? Ele conhecia o outro também?

"O que faz você pensar que não quero os dois!"

Era tudo confusão, nada fazia sentido e o desamparo só aumentava à medida que os sons pareciam se fundir. Então eles ficaram estáticos e ele quis ficar aliviado. Ele realmente queria ser.

"Ele é a chave..."

O mundo se encaixou quando uma mão tocou seu ombro, de repente ele estava na cama, mas a mão errada? De repente, o Draco acima dele era o certo. De repente ele conseguiu se mover e o ar não ficou tão difícil de respirar e suas entranhas não queimaram.

"Você está bem Harry? Você estava tremendo e fazendo sons sufocados durante o sono. Draco estava esfregando os braços para cima e para baixo, com uma expressão horrorizada no rosto.

"Sim, apenas um sonho." Harry engasgou enquanto deixava a adrenalina escapar de seus membros.

"Que tipo de sonho?"

"Uma péssima."

"Harry," Draco estalou os dedos na frente de seu rosto. "Que tipo de sonho, você tem que me dizer. Havia alguém nele, apenas falar sobre isso pode impedi-lo de entrar novamente."

"Entrando?" Harry se levantou para olhar para o bruxo agora.

"Fantasmas e tal, é uma maneira antiga de bani-los dos seus sonhos. Se acontecer novamente, podemos usar algo mais específico."

"Você está levando isso muito a sério. Foi apenas um Sonho."

"A maneira como você estava agindo não estava certa, Harry." Draco empurrou antes de ceder ao olhar incompreensível que estava recebendo. "Prometa que vai me contar se isso acontecer de novo."

"Promessa." Harry se sentiu estranhamente exausto, só de pensar nisso o fez querer se jogar de volta no colchão. "De qualquer forma, era tudo um monte de lixo; era como se eu ainda estivesse na cama e acordando e as pessoas estivessem chateadas e então você me acordou." Ele murmurou.

"Tudo bem..." Draco não parecia convencido.

Na verdade, ele tinha um bom motivo, Draco uma vez viu um de seus mais velhos ter uma série de pesadelos horríveis depois de terminar com sua namorada, que aparentemente achou por bem amaldiçoá-lo por isso. Eles só descobriram quando o menino foi enviado para Pomphrey por falta de sono após desmaiar durante um teste. Harry era uma anomalia no mundo bruxo, um alvo, e tantas pessoas que tinham mais ligações com este lugar estavam sujeitas a destinos ainda piores do que Harry no dia em que lutou com Bellatrix. Talvez fosse porque ele ainda não tinha enfrentado a punição por seus crimes contra sua família, contra seu pai, que ele contemplaria tão facilmente algo assim acontecendo com Harry. Até saber onde estava sua vida agora, ele precisava se preocupar.

Born Muggle [TRADUÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora