boa leitura 🍓
Pete estava paralisado em puro choque.
Nunca em sã consciência pensaria que esse dia chegaria mais cedo que o esperado. Uma hora iria acontecer mas justo naquela hora sem ter a possibilidade de apenas dar as costas e sair? Estava praticamente preso no elevador estranhamente lento junto com mais dois homens que simplesmente acharam uma boa idéia ter plateia pra assistir a sessão de beijos molhados deles.
Se sentia enojado, tanto lugar por aí mas decidem logo ficar com maricagem perto dele? Nojento demais pra suportar calado. Trincou o maxilar e com força começou a apertar freneticamente o número do apartamento que morava, ansiava poder se livrar dessa enrascada que tinha se submetido depois de ter segurado a porta para o casal entrar.
"Vocês dois podem parar com isso? É perturbador." A tecla continuava ecoando o click mesmo após o silêncio absoluto dos desconhecidos. "Obrigado."
"Você quer participar?"
O click parou à medida que seus olhos dobraram de tamanho, mais uma vez se encontrando em pane. Participar? Ele estava mesmo chamando-o para participar sem qualquer tipo de vergonha na cara? Virou lentamente para a direção da voz desconhecida vendo um rapaz de aparência jovem, parecia até mesmo seu amigo chamado Porsche, a única diferença é que Porsche não era um marica como o homem e namorava uma loira peituda.
"Licença, você me perguntou mesmo se quero participar?" O tom de escárnio disfarçado na voz nem foi percebido, visto que recebeu um sorriso amigável em resposta.
"Você mora aqui? Vegas não vai se importar de dormir em outra cama essa noite." Apontou faceiro para o outro calado, e claramente Pete deu uma espiada curiosa de cima a baixo nesse tal de Vegas.
Sentiu as bochechas começarem a pegar fogo quando ousou erguer o olhar para o moreno e vê-lo retribuindo a altura, entretanto sem ter nenhum tipo de expressão decifrável. Sorriu totalmente sem graça por ter sido pego dando um check-up e desviou a atenção para o desconhecido falante, esperava não ter parecido purpurinado analisando outro homem dos pés a cabeça.
"Eu gosto de mulher." Prontificou em responder antes que desse a entender que pudesse estar considerando levá-los onde ficava. "E peço gentilmente que parem com essa frescura de marica. Eu não sou homofóbico ou coisa do tipo, só quero respeito."
Virou de costas com as pernas molengas, se apoiando gentilmente ao lado dos botões. Queria não parecer medroso mas era complicado quando se tinha dois homens, que mesmo compartilhando do gosto anormal em chupar as bolas um do outro, ainda tinham o corpo em forma ao contrário de alguém como ele que até passava excessivamente o protetor solar no nariz pra sair em dias nublados. Pete soltou um grunhido de susto ao ver dedinhos aparecendo no campo de visão, descansando-os apertadamente no ombro.
"Como se chama?" A voz calma e não tão grave praticamente sussurrou pertinho do seu ouvido, causando arrepios. Não pelo susto e sim pelo vento quente batendo contra, causando cócegas.
Mordeu o lábio, deveria responder mesmo seu nome real pra um cara que tinha acabado de chamar de marica? Não tinha um tostão para pagar advogado.
Por fim, apenas se limitou em responder: "Build. Meu nome é Build." Tinha cara de Build e falou com tanta convicção que deveriam dar créditos a sua mãe que o obrigou a praticar na infância aulas de teatro.
Quase comemorou ao ter a mão soltando do ombro, parando automaticamente de doer o local por conta do aperto gradativo que levou enquanto não respondia. Entretanto como tudo que é bom dura pouco, sentiu apenas o baque das costas se chocando com a porta maciça do elevador
Droga, sério mesmo que iria apanhar de um viado? Quem deveria estar no topo da cadeia alimentar era Pete e não ser servido numa bandeja pra um gay encostando aquela coisa dura na sua coxa.
"Escucha Build, pode me chamar de qualquer coisa que não vou levar a sério mas acho que Tom não gosta de ser chamado de marica ou de qualquer outro termo que essa cabecinha fechada pensa, então vamos fazer o seguinte." Vegas sorriu ladino, olhando para o companheiro e voltando a olhar pra Pete fixamente que apenas concordava sem realmente prestar atenção. "Peça desculpas a Tom."
Ele tinha mesmo que estar tão próximo assim? Estava confundindo sua cabeça com aquele hálito de bala de morango, ou era seu perfume misturado? Tinha tantas perguntas na cabeça mas o que mais rodeava seus pensamentos naquele instante era: Vegas tinha mesmo que ficar roçando o pau levemente nele enquanto falava alguma coisa que não dava a mínima no momento?
Pela segunda vez mordeu os lábios, só queria ir embora e limpar toda aquela memória nojenta
"Está me ouvindo ou tem problemas de surdez, idiota?"
O colarinho foi repuxado e jogado contra a porta novamente, aquele cara tinha uma força desgraçada e sabia bem disso já que riu de escárnio ao vê-lo gemer de dor nas costas. Pete ergueu os braços e segurou fracamente nas mãos que o seguravam, tentando se soltar mas sem sucesso. Ótimo, passaria no jornal das dez
"Não precisa se exaltar, Vee. Algumas pessoas não são tão mentes abertas ou evoluídas como nós." Esse Tom tinha mesmo lhe chamado de não-evoluído? Logo ele que tem amigos que tem amigos gays? "Deixa ir, ele, não precisa se desculpar."
"Eu sou mente aberta, aceito ter amigos que tem amigos gays." Vegas o olhou sarcástico como se desacreditasse nas suas palavras, mordeu a língua, jamais mentiria sobre isso.
"Um desrespeito hoje e amanhã apedrejamento." Se tivesse mesmo uma pedra ali, o Phongsakorn já teria dado uma de Davi contra o Golias. Vegas parecia duas vezes o seu tamanho naquela posição jogada praticamente em cima de si. "Você não vai sair daqui até pedir."
As portas se abriram e duas idosas apareceram, pararam no caminho e observaram os três. Tom as olhava envergonhado, Vegas sem graça e Pete ignorou totalmente a nova presença momentaneamente dando um jeito de remover as mãos do "agressor" por conta da distração e arrumou o colarinho. Deu uma checada por último de cima a baixo nos dois e discretamente ignorou a olhada demorada que deu em Vegas, só queria se certificar de nunca topar com o marica esquentadinho nos corredores do prédio. Reconheceria de longe aquela estrutura corporal.
"Podem entrar, estou de saída." Pete sorriu como uma criança atentada. "Deixa que eu ajudo."
Prontificou-se em esquivar do homem à sua frente e foi até as mulheres mais velhas, levando-as para o elevador de modo que prendesse Vegas e Tom entre elas. A de cabelos negros ainda lhe deu um beijinho na testa amigavelmente como se agradecesse a ajuda, chamando-o de bom rapaz.
"Foi bom conhecer vocês e até nunca mais, preciso ir."
Ele deu as costas e saiu apressadamente, não querendo arriscar contar com a sorte para se certificar de que Vegas não voltaria acompanhado de Tom ou sozinho, pronto para acertá-lo com um taco de baseball. Com passos rápidos, caminhou até a numeração marcada do apartamento que havia alugado, buscando freneticamente pelas chaves no bolso traseiro. Com as mãos trêmulas, girou a maçaneta e entrou no apartamento, trancando a porta atrás de si, finalmente se sentindo seguro.
"Você é um boca grande, Pete Saengtham."
Bateu a cabeça levemente na parede, fechando os olhos.
"Um boca grande que precisa de banho e roupas lavadas. Estou fedendo."
Nem de longe Pete admitiria que o odor não era realmente desagradável. Pelo jeito, o cheiro do brutamontes não vinha do seu hálito, mas sim do perfume que ele usava. Seus cílios se apertaram, abrindo-os vagamente enquanto buscava o local onde Vegas o segurou e o levou até o nariz, puxando uma respiração profunda. O aroma de morango parecia um êxtase, e quanto mais Pete inalava, mais parecia ter vontade de sentir aquela fragrância.
Balançou a cabeça removendo abruptamente a peça e jogando-a bem longe da sua vista.
"Moranguinho desgraçado..."
nem terminei Prof. Pete
e já estou começando outra fanfic🏃
espero que tenham gostado até agora e
não se esqueçam de clicar na estrelinha 🌟
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moranguinho × vegaspete
FanfictionPete Phongsakorn Saengtham é um homem heterossexual e aparentemente seguro da sua sexualidade. Bom, era seguro da sexualidade até ter o desprazer de encontrar com Vegas Kornwit Theerapanyakul após segurar o elevador para ele. Agora precisava lidar c...