capítulo 09.

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Talvez fosse mesmo um caso perdido.

O homem gay se encontrava exatamente no apartamento onde morava e bem no meio de seu sofá com Grey no colo, ambos entretidos com a televisão enquanto Pete pensava em mil maneiras de se auto-assassinar na cozinha após ter sido molenga e deixado o brutamontes passar pela porta.

Em sua defesa, Vegas estava com tantas sacolas de biscoitos felinos juntamente com doces para humanos que não conseguiu colocar um “não ultrapasse” quando o viu parado na entrada e com um sorriso maroto brincando nos lábios ridiculamente bonitos.

Agora permanecia ali, tirando uma vasilha mediana de dentro do armário e despejando todo tipo de conteúdo fini dentro da mesma. Teriam um final de semana juntos como previsto, a semana havia passado voando e Vegas não conseguiu passar seus dias sozinho com o próprio gato já que dizia estar ocupado demais para ter tempo de buscá-lo na casa de Pete. Tudo bem, talvez no fundo tivesse ficado infeliz com a falta da presença idiota do pálido em sua casa.

— Grey dormiu no meu colo, então coloquei ele na sua cama. Tem algum problema? — Claro que tinha, ele nem mesmo conseguiu disfarçar a careta. O, descobriu recentemente, Theerapanyakul havia entrado em seu quarto sem nem mesmo pedir permissão. — Desculpa, achei que não odiasse gatos dormindo em sua cama. Posso tirar e levar para o meu aparta-

— Não precisa, não tenho nada contra. — Pensou um pouco antes de terminar de jogar o último saquinho de doces dentro da vasilha e jogar no lixo. — Se Grey dormiu e não temos como passar com ele, não era hora de você ir embora?

Vegas fez careta e tomou a vasilha em suas mãos, indo em direção ao sofá e claramente sendo seguido por um Phongsakorn incrédulo. Pete tomou o controle e se sentou ao lado do homem.

— E deixar você comer tudo isso sozinho sendo que foi eu que paguei? Não sou trouxa. — Revirou os olhos e foi rápido em colocar em hotel transilvânia. — Eu não concordei com esse filme.

— E eu não concordei em te deixar aqui mas olha onde estamos? Pois bem, lide com isso. 

Frisou a última parte com a voz arrastada e se ajeitou mais no estofado, quase enfiando o rosto no ombro do Theerapanyakul que comia indiferente sobre a situação ou da presença extra ao lado e assistindo o filme. Ficaram quietos por alguns longos minutos torturantes, pelo menos na cabeça de Pete era torturante, até que resolveu ficar de lado segurando um fini de alcaçuz entre o indicador e o polegar.

— Marica. — Chamou, escutando-o resmungar algo como um xingamento mas olhando de maneira neutra para ele. — Você gosta disso? Digo, do alcaçuz.

— A única coisa que não gosto é desse apelido. — Ignorou a pontada de deboche e largou os chinelos no chão ao subir os joelhos para cima do sofá. — O que está fazendo?

Deu de ombros como se tivesse um plano completo que o outro não poderia saber, e definitivamente tinha um. Plano esse que envolvia provar para si mesmo que não sentia nada pelo brutamontes e provar que sua sexualidade era bem definida há tempos. Arrastou os joelhos até ficar com eles encostados na perna do outro, com a mão livre pegou o recipiente e colocou-o no estofado atrás de si de modo que Vegas não pegasse de volta.

— Não me entenda mal. 

Pediu baixo enquanto apoiava ambas as palmas nos ombros largos dele e passava a perna esquerda para o meio da coxa do Kornwit. Deixando-a bem encostada na parte íntima. Levantou as íris e mirou na face confusa do mesmo, sorriu amarelo e colocou o fini entre os lábios mas continuou segurando a pontinha dele nos dedos.

— Você pode…— Engoliu em seco à medida que aproximou e encostou a outra ponta do doce azedinho na boca fechada de Vegas. — Comer?

Questionou sem graça, ficando ainda mais receoso ao ver o castanho franzir o cenho mas inesperadamente abrindo a boca e capturando a pontinha do alcaçuz e no processo, pondo seu indicador e minimamente o polegar dentro da boca. Pete sentiu seu estômago revirar como se estivesse em uma balada ao sentir algo úmido e quente passar levemente entre eles e fazendo-o soltar rapidamente o alimento.

Fechou os olhos com força ao sentir a primeira movimentação, a primeira aproximação depois de tempos longe um do outro. Seu estômago revirando mais ainda ao sentir o arzinho quente do nariz de Vegas sendo jogado contra sua boca entreaberta, quando deu por si, também movimentava lentamente seus dedos contra o fini e de encontro com o homem.

— Posso…?

Escutou a voz rouca e meio abafada chegar até seus ouvidos. Apenas murmurou um “hmm” antes de morder pela última vez o doce e finalmente encontrar com os lábios do Kornwit. Não deveria ter sentido nada, principalmente ao tê-lo abrindo os lábios e fechando contra os seus afobadamente.

— Droga. 

Murmurou de um jeito estranho quando deu uma pequena brecha de espaço e voltou a mergulhar os lábios, beijando-o com destreza e esquecendo por milésimos minutos que Vegas era exatamente o que não deveria beijar. Um homem formado, uma pessoa do mesmo sexo que ele. Dois pares de mãos caíram sobre sua cintura, forçando-o mais para baixo na coxa.

Gemeu manhosamente e empinou a bunda contra ela, tirou a pontinha da língua para fora e lambeu a carne inferior do Theerapanyakul timidamente pedindo por um espaço mesmo que pequeno. Sentindo-se necessitado, sua língua se sentia necessitada para se abrigar em outra cavidade com gosto meio azedinho por conta do alcaçuz. Vegas entreabriu os lábios e não demorou muito para tomar conta do lugar, enroscando-os afoitamente. Jogou o pescoço para o lado e buscou segurar na nuca dele, puxando o mullet idiota do brutamontes.

Sentia a necessidade de se fundir com ele.

— Você quer transar, Pete? — Não, de maneira alguma Pete queria transar com um homem mas tê-lo escorregando as mãos para sua bunda e deixando um aperto forte enquanto separava as bandas uma da outra com facilidade o fez repensar na resposta. Não era gay, mas deveria ter uma sensibilidade em ser pegado daquele jeito. Não tinha nada haver com o fato de que era Vegas ali. — Porra, fez de propósito colocando esse shortinho, não é? quero te comer pra caralho nessa roupa.

— Eu não sou gay.

Ditou tentando soar firme mas sua bunda automaticamente empinava mais contra as mãos grossas e arrogantes. Porsche deveria estar rindo agora mesmo dele.

— Claro que não é. — Vegas balançou a cabeça ao se afastar minimamente, com uma expressão que passava confiança nas palavras. O Saengtham empinou o narizinho redondo pra cima, convencido. — Você não vai ser mesmo que me deixe puxar esse shortinho para o lado e te colocar pra rebolar de quatro no meu pau.

— Você acha que isso não me faria gay? Você é homem.

— Claro que não, Pete. Conheço muitos héteros que gostam de sentar pra outro, além do mais ninguém vai saber então nunca seria gay. 

Sorriu mostrando as covinhas.

Droga, ele tinha um ótimo argumento sobre aquilo e Pete estava começando a afundar em concordância com o assunto enquanto sorria abobadamente. Ele jamais seria gay, não é? Poderia fingir que Vegas era uma mulher com um pênis falso hiper-realista querendo experimentar fetiche, era simples e fácil…né?









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