capítulo 19.

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Quando acordou, o quarto tinha mudado e se encontrava deitado em sua cama. Levantou tão rápido que a pontada de tontura lhe atingiu em cheio de modo que o fizesse apoiar as duas mãos na cabeça, apertando-a entre a palma suada tentando reprimi-la. Tudo estava tão embaçado, suas memórias pareciam confusas demais e o deixava se lembrar de poucas coisas.

“Droga.”

Murmurou abrindo os olhos de vez, sentindo o claro da janela lhe incomodar. Se arrastou no colchão e tocou o chão, começando a marchar para a saída do cômodo enquanto o barulho de panelas tomavam presença e lhe fazendo encher o peito ao lembrar de Vegas. Acelerou os passos e parou antes de ultrapassar a porta da cozinha, onde o som baixo de assobio que havia passado despercebido chegou até seus ouvidos.

Vegas estava ali. 

“Obrigado por me des-” Sua voz morreu ao perceber que a imagem não tinha nada haver com o Kornwit quando pisou no outro cômodo e sim com o riquinho do dia anterior. “O que pensa quê está fazendo aqui?” desviou o olhar para a frigideira e voltou a olhar o homem. “E ainda na minha cozinha.”

“Porsche disse que eu poderia fazer algo pra gente comer.”

Assentiu positivamente, instintivamente deu alguns passos para trás quando o homem se aproximou para conseguir pegar um pouco de sal, entrando em uma postura defensiva que só percebeu quando seus dentes pressionaram fortemente a mandíbula. Por que estava sentindo ter algo de errado consigo? Voltou a atenção para o castanho.

“Não respondeu o motivo de estar no meu apartamento sozinho.”

“Não estou sozinho.” Bateu os cílios olhando para trás de si, esperançosamente. Vegas estava ali em algum canto? “O Porsche foi ao mercado comprar salsichas, daqui a pouco ele está aí.”

Quando o assunto encerrou, a porta foi aberta e claramente ignorou a presença do outro ao andar de volta para a sala. Porsche abriu um sorriso acolhedor depois de mirar em si, vindo de encontro e rapidamente abraçando-o calorosamente sem dar muita importância se esmagaria ou não a compra que trouxera. Gemeu ao sentir o pulso doer após vira-lo para conseguir afastar-se do amigo.

“Que bom que está bem, Pee!” franziu a testa, e não deveria estar? Ele não tinha morrido ou sofrido um acidente. “Pensei que fosse ficar trancado no quarto depois de tudo.”

Certo, algo definitivamente tinha acontecido consigo e tinha se esquecido completamente.

“Por qual motivo eu ficaria trancado no quarto?” Escutou o botão do fogão sendo desligado e logo Anakinn apareceu, no entanto parecendo meio perdido observando-o. “Parece que alguém morreu. Qual foi dessas caras de pena?”

“Você não se lembra de nada do que aconteceu ontem durante a festa?”

Balançou a cabeça.

Claro que lembrava do que havia feito e deixado de fazer naquela festa de gente riquinha, inclusive do fato de que não havia aproveitado muita coisa devido ao álcool ingerido. Tinha ficado tão grogue que o sono parecia arrebatador demais para continuar festejando como príncipe fantasioso de alguma coisa. Então abriu a boca e respondeu o óbvio.

“Eu bebi e fui dormir no quarto que me colocou, Chezinho.” o moreno largou a sacola de compra no chão, indo até o sofá e sentando em uma posição torta. “Não aconteceu mais nada porque eu apaguei.”

A expressão ficou endurecida depois de dar a sentença final, o Patchaya riu forçadamente chamando-o com o indicador. Pete caminhou até ele e sentou-se confortavelmente no estofado, ao lado do outro, enquanto Kinn permaneceu em pé.

moranguinho × vegaspeteOnde histórias criam vida. Descubra agora