capítulo 24.

508 66 56
                                    









“Tira a mão do meu pau, sanguessuga.”

O contraste molenga demais para executar qualquer coisa fez Pete afastar-se, ainda que com um bico grande de frustração dançando entre os lábios. Era a terceira vez que tentava fazê-lo endurecer, mas parecia que tinha quebrado o homem completamente. Suas pernas se esticaram e foram jogadas para fora da cama, os olhos observando atentamente o Theerapanyakul deitado ou desfalecido confortavelmente no colchão e ignorando sua presença.

“Pensei que não tivesse problema para endurecer, você tem quantos anos?”

Questionou retrógrado e zombeteiro. O rosto foi virado para si, com uma feição nada amigável à mostra.

“Não tenho problema com ereções, mas é difícil endurecer quando se foi usado mais de cinco vezes. Estou cansado demais.” ótimo, agora a culpa era sua de estar no estado experimental? Se poupe. “Não me olhe assim, a culpa é sua por parecer um esfomeado.”

“Você me pediu para experimentar, o que esperava? Não consigo formular uma opinião só experimentando uma vez.”

De fato era verdade, como avaliar um produto quando testado apenas uma ou duas vezes? Isso também valia para pênis, ou deveria valer.

Havia testado cinco vezes, e se isso se tornava insuficiente para obter uma avaliação de sexo gay concreta? Claro que era suficiente, já tinha formulado uma opinião muito boa mas Vegas não precisava saber disso. Sua avaliação? Sentar no pau de alguém é terrivelmente bom, ainda mais se não tiver um plástico separando a pele, ambos até tentaram usar a camisinha mas depois de um tempo pediu para que tirasse. Sentir as veias saltadas de Vegas com exatidão entrando e saindo era extremamente gostoso.

“Experimentou mais do que duas, então, o que achou?” Vegas murmurou depois de um tempo de silêncio.

“Que eu continuo sendo hétero.” respondeu e o viu crispar a boca, parecendo inconformado com algo. “acho que sou hétero com apetite sexual aberto.”

Argumentou o que lhe veio à cabeça. Mas ao todo, não era mentira.

Seu desejo sexual estava direcionado principalmente para mulheres, a visão de seus seios balançando na frente dele ainda o deixava excitado, mas agora também era tomado por uma atração irresistível, Vegas mexia com ele de uma maneira inesperada. A simples imagem da glande marcada no short de malha fina o deixava completamente excitado, desejando poder envolvê-la com sua língua naquele momento ou até mesmo subir no colo alheio e cavalgar por cima dela.

“Você já pensou em ser bissexual?”

Vegas reuniu coragem para levantar o tronco quase morto, sentando-se e deixando cair a coberta para baixo. Salivou observando minuciosamente o abdômen trincado do outro, somente uma tosse forçada foi capaz de fazê-lo desviar para cima novamente.

“Não tenho certeza, acho que gostaria de ficar com outros caras caso fosse.” a sobrancelha dele arqueou e Pete suspirou. “Não se sinta especial mas só consigo me imaginar dando pra você, d-digo, ficando com você.”

'Mas só consigo me imaginar dando pra você’

Que incrível viu, senhor Pete? Tinha pisado na bola de forma feia e não conseguia nem mesmo voltar atrás, ele havia ouvido com clareza mesmo que estivesse fingindo que não. 

“Fui seu primeiro, é normal pensar desse jeito.”

Botou as mãos no peito nu, ofendido pelas palavras do mais alto.

“Não vou dar pra um marica qualquer, o único marica que não penso em meter um soco é em você.”

Reclamou como uma criança mimada ao que tentava prudentemente se levantar do colchão, precisava tomar um rumo da vida antes que decidisse cair de boca novamente e se perder mais uma vez naquele emaranhado de homem suado cheirando a morango. Gemeu de dor ao receber uma pontada no cóccix, deveria ter imaginado que seria assim. Se sentou de volta onde permanecia antes, esticando os braços em direção ao Kornwit confuso com a ação.

“Você me comeu, o mínimo que deve fazer é me levar no colo por aí.” avisou dando de ombros ao ter a feição dura pra si. “Posso ficar esperando o dia todo.”

“Pedazo de mierda!” Vegas ralhou de volta, no entanto se encontrava de pé em instantes e parando a sua frente, como um menino obediente. “Onde quer ir?”

Apontou para sala ao invés de colocar em palavras, não perdeu tempo em rodear as pernas nuas na cintura suada e praticamente colar-se no corpo alheio, sorrindo de excitação ao ter o cheiro de fruta grudando nele indiretamente. Tinham se limpado e tomado um banho — mesmo que fosse em meio a sabonete esquecido no chão e gemidos cantando por todo cômodo—, entretanto Pete decidiu ser uma ótima ideia botar a boca para trabalhar logo após se deitarem na cama, resultando em Vegas pingando suor enquanto o outro fazia uma massagem na própria boca.

Foi segurado com firmeza para que não caísse, às mãos fortes dele circularam e se agarraram a um punhado de pele de sua coxa, apertando-a e deixando-a transbordando entre as aberturas dos dedos. Pete suspirou, controlando a vontade de se pôr ali mesmo de joelhos e implorar para receber na cara como uma prostituta barata.

“Me coloque no sofá e me deixe ver Grey.”

Vegas parou antes mesmo de andar, o rosto antes corado empalideceu tão anormalmente que por um minuto pensou que ele havia morrido em pé. Olhou minuciosamente para a expressão paralisada e inclinou-se em direção, encostando os lábios carinhosamente nos do moreno antes de mostrar os dentes alinhados.

“Não morra agora, preciso ver meu filho antes.” o barulho gutural de choramingo se fez presente. Pete cruzou a sobrancelha. “Vegas, cadê o Grey.”

Não foi uma pergunta, não foi algo retrógrado, foi mais como se estivesse mandando-o buscar logo o gato onde quer que estivesse no apartamento. 

“Não surta, Pete.”

Click.

Não mandá-lo surtar foi o gatilho que precisava para ter sangue borbulhando como lava em cada cantinho das veias, subindo pela têmpora e esperando o momento certo para explodir como vulcão ativo. Suas mãos percorreram dos ombros para a garganta, enrolando os dedos e os deixando parados ali sem atentar contra a vida do homem.

“Me diz o motivo para me mandar não surtar.”

“Nós não estávamos nos falando e eu…” a saliva foi engolida, Pete por um instante quase se perdeu no pomo de adão descendo com dificuldade pela sua mão estar rodeando aquela parte e voltando tão secamente. “pedi para que Tom ficasse com ele para que pudesse trabalhar.”

O ar foi puxado bruscamente para dentro da boca do Phongsakorn, fazendo som de chiado.

“Me leve para a cozinha.” Vegas choramingou mais alto. “preciso de uma faca para te degolar aqui e agora por ter colocado o meu FILHO com alguém que quero até mesmo o pai dele longe.”

“Não somos casados, Pete!”

Ele queria mesmo morrer aumentando a voz daquela forma e tentando ter razão em algo indiscutível? Riu debochadamente, não aguentando a vontade de fechar os dedos ao redor da garganta. Queria tanto estraçalhar aquele homem.

“Hahaha, casados?” imitou uma risada seca. “Não, não. Eu sou viúvo, porque o meu marido eu vou matar agora mesmo.”

Enganchou os dedos com mais força, começando a esganar o anfitrião da casa e se equilibrando ao mesmo tempo para que não caísse com o homem se debatendo para se livrar do aperto. Que a família de Vegas lhe perdoasse, ele só iria sair desse apartamento dentro de um caixão e com Pete amarrado em camisa de força para não matá-lo pela segunda vez dentro do pedaço de madeira.






moranguinho × vegaspeteOnde histórias criam vida. Descubra agora