capítulo 26.

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Pete definitivamente se intitulava como louco.

Após tantas tentativas bem sucedidas de manter-se bem longe de qualquer coisa que envolvia a presença irritante de Tom, se encontrava a exatamente alguns poucos metros naquele momento. Vegas vinha logo atrás murmurando algo no celular, murmurando algo que não dava a mínima importância por agora, tinha preocupações demais pelo fato de estar levando o Theerapanyakul — e também ex-ficante do homem —, para o covil onde a cobrinha de cabelo vermelho se encontrava.

Batucou o dedo atrás da capinha do celular, descontando a frustração ao caminhar para mais próximo do local. Já podia visualizar o portão cinza meio entreaberto, provavelmente já sabia que teria visitas um tanto quanto inesperadas, Pete diria.

“Tem certeza de que quer ir até lá?” 

A voz grave porém serena ecoou ao lado, fazendo-o inclinar o rosto e encarar a face pálida. As sobrancelhas faziam todo o contraste que faltava, os olhos afiados lhe encarando firmemente e a boca tão rosada quanto as pontinhas das orelhas dele. Pete abriu um sorriso achando tudo aquilo fofo. Mesmo tendo o dobro do seu tamanho e parecendo um troglodita que quebraria qualquer um facilmente, Vegas sabia ser meigo sem querer de vez em quando.

“Já deveria ter entendido que quando coloco uma ideia na cabeça, vou até o fim.” devolveu, voltando a olhar para frente e onde caminhava. “Estou fazendo isso por mim, mesmo que não pareça. Claro que ainda tenho pensamentos para muitas coisas relacionadas…a heterossexualidade e homossexualidade. Mas não vou saber se não experimentar.”

Vegas assentiu passando a mão no cabelo caído nos olhos, ponhando-os para outro canto que não tapasse sua visão novamente e o fizesse tropeçar vergonhosamente na frente do Phongsakorn.

“Porra, poderíamos ter ido na sua moto até aqui. Minhas pernas estão me matando agora.” reclamou para quebrar o silêncio e se sentiu bem ao ouvir a risada do mais alto. Secretamente curvou o canto do lábio para cima. “Não ria de mim, sou um pobre sedentário.”

"Na próxima vez, se você não tiver moto, posso te carregar nas costas e te mostrar como levantar pesos na academia", brincou Vegas, enquanto cantarolava e soltava um breve rugido em seguida, apoiando uma das mãos no local e esfregava onde havia ganhado os tapas. “Por que me bateu!?”

Pete lhe respondeu com uma expressão de incredulidade. Talvez misturado com ódio e divertimento, mas só talvez.

"Está me chamando de gordo e não quer apanhar?” O Kornwit deu de ombros rindo sozinho ao que adentrava o portão e dava espaço para ele passar, respirou fundo e entrou. “Vee…” chamou ansioso e esperou a atenção ser tomada, não demorou pra ter as íris castanhas afundando na imensidão dos seus. Ofegou. “eu gosto de você.”

Poderia ter dito tudo, abrir as cartas e jogá-las baseada na sinceridade. Pedir para ele não lhe deixar e o abandonar completamente quando desse de cara com Tom segurando Grey na porta ao que os atendiam, mas simplesmente não conseguiu dizer qualquer frase que não fosse apenas aquilo. No entanto pareceu ser o suficiente para Vegas entender o que significava a declaração curta repentina, ele estendeu a mão direita em sua direção pedindo mudamente para que fosse segurada.

As pontas dos dedos do Phongsakorn tremeram por um instante e coçaram levemente, ansiosos para serem tocados e segurados com firmeza. Examinou a mão estendida para si e cuidadosamente, se apoiou finalmente nela e entrelaçou as mãos ao que dava passos para mais perto.

“Eu também gosto de você.” 

O peito do moreno se encheu como se tivessem manadas de várias espécies querendo sair de dentro dele, como se estivesse prestes a vomitar flores sem espinhos e as pernas pareciam duas marias moles. 'Eu também gosto de você’ foi a forma de confortá-lo e dizer indiretamente que nada de ruim aconteceria, que poderia confiar e continuar a caminhar apenas para frente com Vegas.

moranguinho × vegaspeteOnde histórias criam vida. Descubra agora