capítulo 15.

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Pete estava bem.

Quem quer que estivesse espalhando fofoca por toda faculdade de que havia levado um pé na bunda de alguma garota, por conta de estar com a aparência parecendo um zumbi com bolsas de olheiras fortes, era mentira. Não tinha levado um fora de ninguém e muito menos se sentia mal com alguma coisa.

Afinal, quem em sã consciência o negaria? 

tinha um charme no uso de palavras em forma de flerte nas quais qualquer um cairia facilmente. Suas olheiras obviamente são devido a passar suas noites em claro assistindo filmes de comédia e não pelo fato de estar enfiado no Instagram observando o perfil de alguém específico, observando cada fotinha das mais antigas as mais recentes. Também não era devido de ter entrado em site de ver story anonimamente, digitado o usuário de Vegas sem querer e visto a foto clara da cabeça inconfundível do cabelo de fósforo deitado na cama sem camiseta enquanto o dono da conta sorria abraçando-o de lado. 

Eles estavam de conchinha?

Balançou a cabeça negativamente, aquilo não importava ou não deveria importar. Não é como se estivesse sentindo ciúmes, ele e o brutamontes não tinham nada em comum. Nem mesmo suas sexualidades tinham em comum para serem no mínimo amigos. Diferente dos dois metidos a glitter que já se conheciam, eles tinham muitas coisas que se igualavam, eram perfeitos.

Perfeitos.

“Perfeitamente idiotas.”

Ralhou sentindo seu sangue ferver por dentro do corpo, num claro sinal de que estava prestes a ter um ataque de raiva. Não seria pra menos também, Vegas deveria muito bem ter calado a boca enquanto dava tempo, ignorado Pete continuando a comer o macarrão que esfriou e foi jogado ao lixo mais tarde por decorrência de ninguém tê-lo ingerido nem mesmo uma colherzinha sequer. Deveria cobrar os dois reais gastos naquilo para quem o havia dado prejuízo por ter dado ouvidos às suas falas bobas.

Tipo, Vegas já deveria saber que não se pode levar metade das coisas que dizia como verdades absolutas ou sequer escutá-las. 

“Pete.”

Vegas era o verdadeiro babaca, isso sim. Não pediria desculpas por ter dito algo que ele sabia muito bem que uma hora ou outra iria escapar dentre seus lábios. 

“Phongsakorn?”

Falando em lábios, tornava-se engraçado como o idiota metido a sabe tudo tinha recebido três ou quatro boquetes seus e simplesmente postado foto com outro depois de tudo. Agarrados como casal brega de gays que acordam de manhã e se auto-surpreendem com a porcaria de uma bandeja com estampa gritante, nem mesmo se odiasse a si mesmo; não amaria receber uma bandeja daquelas.

“Estou falando contigo, Pete.”

Imagina só receber uma bandeja, do Theerapanyakul, extremamente feia na cama, onde estaria com o cabelo desgrenhado e o corpo marcado como uma obra de arte digna de museu depois de ter levado uma surra de pau na noite anterior? Odiaria ser visto daquela forma, bagunçado por ter ganhado uma noite cheia de prazer e ver logo de manhã o rosto do brutamontes que lhe atormentava.

Só naquele instante se odiava ainda mais. Tom deveria estar daquele jeito com o pálido naquele exato minuto, desfrutando da companhia calma de Grey e ao mesmo tempo a companhia turbulenta de um Vegas sem camisa.

Não sabia em que momento tinha levado o polegar entre os dentes mas quando percebeu, já estava mastigando com força a pobre unha e cortando-a com eles. Porsche lhe olhava irritado sobre alguma coisa e mais a frente, a garota da noite anterior parecia frustrada enquanto balançava o decote — os peitos pra ser mais exato,— praticamente em seu rosto.

moranguinho × vegaspeteOnde histórias criam vida. Descubra agora