Bad Desire

Blue Jeans

Os grupinhos que antes estavam sentados conversando tediosamente foram todos para a pista de dança e assim os oito ou nove gatos pingados se transformaram em uma pequena multidão dançando animadamente. 

Todos estavam querendo impressiona-las. As mulheres dançavam sensualmente para tirar a atenção de todos das duas. Os homens estavam querendo se destacar em uma competição muda entre eles para chamar a atenção delas, mas as duas estavam apenas sentadas conversando, totalmente distraídas de tudo isso.

Dave não parava de encarar, já estava parecendo um maluco psicótico.

- Hey, os dois vão ou não falar com elas? – Courtney perguntou nos tirando dos nossos pensamentos. - Dave, você tá com uma babinha na boca. - Ela riu.

- Não é tão fácil assim, Courtney. – Dave respondeu olhando para ela com uma cara nada amigável.

- É sim, é só levantar e andar até lá. - Ela revirou os olhos.

- Não, não é. Eu diria o que pra elas? - Questionou Dave ainda com cara de poucos amigos.

- Sei lá, aí já é com vocês. - Respondeu dando de ombros. - Pode contar a ela daquele show, se lembra? Foi realmente incrível.

- Ah, quer saber, eu vou lá falar com elas. – Eu me levantei num pulo marchando em direção á elas. – Não aguento mais um segundo dessa conversa. 

Senti uma súbita força interior... Afinal de contas, estava fazendo o que todos ali queriam mas não tinham coragem.

- Oi - Eu disse com cara de paisagem parando em frente as moças.

 A coragem me deixou tão rápido quanto havia chegado e me senti um otário. A mulher fascinante apenas me olhou com desdém de cima a baixo, como se eu fosse uma criança pedindo um autógrafo.

- Oi. – Respondeu a amiga da minha musa, sorridente e simpática.

- Meu nome é Krist. – Foi o melhor que consegui dizer mediante a situação constrangedora em que eu me enfiei.

- Prazer em conhecê-lo. Meu nome é Adeline Da Cruz, essa é Lana Del Rey. - Adeline se apresentou pelas duas.

Lana Del Rey. Que nome lindo... Lindo assim como a dona. (Mesmo que isso pareça uma cantada batida).

- Prazer em conhecê-las. - Sentia minha bochechas quentes.

Eu comecei a ficar preocupado pensando que eu não teria assunto para conversar mais com elas, porém eu estava enganado. Adeline era incrivelmente sociável, ao contrário da bela misteriosa ao seu lado, que falava apenas se falassem com ela, extremamente reservada e fechada. 

A conversa simplesmente fluía entre nós dois como se já fossemos amigos há muito tempo. Conseguia sentir os olhos do Dave queimando minhas costas de ciúmes.

- ...Eu sou um diamante bruto, como costumam dizer lá em Cuba. – Adeline disse em certa altura da conversa.

- Você é Cubana? – Eu perguntei surpreso.

– Sim, eu sou. Quando eu vim aqui para os Estados Unidos acho que tinha uns dez ou onze anos. Moro na Costa Oeste.

- Na praia?

- Isso mesmo. Sou uma garota tropical. - Adeline sorria travessa.

- E você, Lana, de onde é? – Eu perguntei torcendo para minha voz sair normal. 

Estava me sentindo nervoso e intimidado por alguma razão desconhecida para mim. Eu já era um homem e um homem famoso. Falar com mulheres não era mais um problema desde os 16 anos.