Young And Beautiful

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POV Jim Soileau

Eram três horas da madrugada e eu estava na porta da nossa casinha em West Coast. Eu iria me sentir extremamente feliz e extremamente traído se ela estivesse ali. Talvez sentisse até mais coisas. Será que ela estava em nosso ninho de amor com outro homem? Ela estava deitada com outro homem na nossa cama? Essa ideia me fazia arrepiar de tanto ódio.

Eu não aguentaria vê-la...

Parado naquela bendita porta como um idiota, eu não sabia o que fazer. Podia sentir todos os olhares curiosos do meu povo nas minhas costas, mas estava pouco me fodendo. Do jeito que eu estava seria capaz de dar um tiro na cabeça de quem pensasse em falar comigo e parecia que todos tinham a consciência disso.

- Eu vou entrar sozinho. O resto fica aqui fora. King e Tosko só entrem caso eu chame. Não importa o que aconteça não deixem ninguém sair ou entrar sem minhas ordens. – Comandei tudo em voz baixa me preparando para o grande momento.

Assim que eu entrei eu a vi. Minha garota estava parada na sala em pé me encarando. Ela estava me esperando. Ao vê-la ali, tão perto e tão bela, me pareceu que todo o oxigênio da sala havia sido sugado. Era impressionante como a minha lembrança de seu rosto não fazia jus aos reais contornos dela. 

A imagem de Lizzy me veio à mente, não Lana, a mulher em minha frente, mas só Lizzy. A minha garotinha, dezessete anos, dentinhos fofos, pirulito numa mão e o cigarro na outra. Quando eu sonhava que nós seriamos eternos selvagens.

Ela era selvagem e destemida, raivosa, imprevisível e até certo ponto insana. Lana era outra pessoa, completamente diferente da minha criança malvada. Lizzy era minha... Lana pertencia a outro cara.

Os olhos dela... Uma mistura de verde e cinza, de amor, intensidade, música, sexo, mágica, dor, beleza e raiva... De repente me vi num redemoinho de lembranças e nostalgia sem fim. Sentimentos que eu não sabia como lidar.

Eu me encontrava numa guerra interna terrível. Parte de mim queria tocá-la, beija-la, outra parte de mim queria bate-la ou sacudi-la com força. A minha parte magoada queria gritar com ela, perguntar a razão dela ter me deixado daquele modo. Mas infelizmente sentia que não podia tocá-la, esse era um privilégio que não existia mais, não para mim.

- Você está aqui. – Foi tudo o que ela disse e eu me senti caindo no vazio ao ouvir sua voz novamente depois de tanto tempo. Eu era como um drogado em abstinência voltando a provar sua droga preferida.

Eu queria dizer alguma coisa, estava paralisado no meio do cômodo como um imbecil, mas não conseguia encontrar palavras dentro de mim e tinha medo de minha voz não passar de um fio. Não queria que ela percebesse o quanto eu estava alterado. 

Engraçado. Eu havia esperado tanto tempo para vê-la novamente e estava sem saber o que fazer, sem poder falar ou mexer um musculo sequer diante dela. Sentia-me como um cão que havia corrido atrás da roda de um carro por um longo caminho e quando o carro finalmente parou, ficou lá, completamente bestificado e raivoso.

Eu vi o mundo com ela. Eu havia a presenteado com diamantes brilhantes, os dias enlouquecidos quentes de verão e as luzes da cidade. A maneira como brincávamos como crianças, como ela cantava só para mim e não para um estádio lotado de gente. Todos os modos em que conheci seu belo rosto e sua alma elétrica de adolescente... Eu ainda podia sentir na minha pele, mesmo depois de tanto tempo. Mesmo com todas as distancias físicas e metafóricas.

Não significava mais nada. Toda aquela graça, todo aquele corpo me fazia querer viver. Ela era o meu mundo inteiro, o meu Sol, e eu a amei o quanto pude... Eu a entreguei meu coração e ela o jogou fora. Mesmo tendo feito aquilo comigo eu não conseguia deixar de ama-la. Sentia-me como um lixo. Eu me odiava por ama-la. Eu a odiava por ter me amado e me deixado.

Bad DesireOnde histórias criam vida. Descubra agora