You Can Be The Boss

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POV Jim Soileau

- E aí? Descobriu o endereço dela? – Perguntei a Joan, uma antiga integrante da gangue que sempre teve uma paixão platônica por mim. Pobre garota... Não chegava nem aos pés de minha Beladona.

- Descobri sim. – Ela respondeu de mau grado me entregando um recorte de jornal.

- Olha só, a minha vadia subiu mesmo na vida. Bel Air? Uau! – Comentei para mim mesmo. – Okay, vamos partir em quinze minutos. Estejam preparados!

- Jim, você não acha isso uma loucura? – Questionou Joan.

- Loucura? Eu vou te mostrar o que é loucura! – Falei pegando minha arma e apontando na cabeça dela. – Isso aqui é loucura.

- Jim, pelo amor de Deus, cara, calma... – King estava tentando tranquilizar as coisas. Ele era um bom amigo que jamais me deixava perder a calma. Um remediador nato.

- Tudo bem, tudo bem. – Eu disse abaixando minha arma. – Escuta aqui, sua vagabunda, se ousar dizer isso outra vez eu mato você. ME OUVIU? – Gritei a ultima parte. – ME RESPONDE!

- OUVI. ME PERDOE! – Ela chorava como uma gatinha assustada.

- Ótimo. E isso vale pra todo mundo aqui. Ou estão ao meu lado ou estão contra mim! – Eu proclamei enquanto todos estavam olhando a cena. Alguns rindo, outros chocados. - E quem estiver contra mim é melhor nem passar na minha frente. Eu sou o chefe! Agora vamos subir nas malditas motos e mostrar quem é que manda nessa estrada! – Dei um tiro pro auto e todos uivaram de excitação.


~ ♥♠♣♦ ~


Eu estava perante a porta de BD e meu coração batia rápido.

- Lizzy... – Eu bati na porta. – Abra querida, seu homem está aqui.

Nenhum ruído foi ouvido.

- Vai querer isso do jeito fácil ou do difícil? - Perguntei encostando minha cabeça na porta. Novamente nenhuma resposta. Essa é minha garota. Sempre querendo do jeito difícil. – Okay, vamos entrar. – Eu dei a ordem e o Tosko surgiu. – Pode detonar a porta!

Tosko era gordo e tinha mais de dois metros de altura. Um "gigante de aço", como gostávamos de chama-lo, porém não era muito inteligente, daí o apelido carinhoso. 

- Pode deixar, chefe! – Ele tinha essa mania irritante de me chamar de chefe. Inflava meu ego que já era enorme. 

Em exatos vinte segundos a porta estava no chão.

- Grande Tosko.– Agradeci dando tapinhas amigáveis em seu ombro.

- Ao seu dispor, chefe. - Ele sorria banguela para mim como uma criança.

Adentrei na casa dela, mas estava vazia.

- Peguem tudo o que for valioso. – Assim que dei a palavra todo o meu bando entrou e começaram a revirar tudo empolgados pela grana fácil. – MAS NINGUÉM ENTRA NO QUARTO DELA! – Adverti rapidamente. 

Eu queria ir até lá sozinho.

Fui a passos lentos e receosos, tentando não alimentar a esperança dela talvez estar lá. Abri a porta e a frustração foi inevitável. Ela não estava, é claro. No fundo eu já sabia disso. BD adorava jogos de caça, sendo a caçadora ou a presa.

Olhei no guarda-roupa e estava repleto de roupas dela, havia apenas alguns cabides vazios, isso queria dizer que ela estava com pouca bagagem e que tinha saído as pressas. Olhei em sua penteadeira e achei seu porta joias vazio. Aquela desgraçada já sabia que eu viria aqui e levou tudo de valor com ela, como sempre muito inteligente e ardilosa.

Fui até sua mesinha de cabeceira e lá havia apenas alguns papeis sem importância, possíveis composições ou sei lá. Ela adorava escrever poesias em seu diário antigamente. Sentei-me na cama dela e comecei a pensar. Pensar nela é claro. Seu cheiro estava por todo lado me ferindo como mil agulhas simultâneas. Meu Deus, como eu sentia falta dela... Eu ainda me lembrava da noite em que nos conhecemos... 

Ela estava tão linda.


Flashback

Ela ficou me perseguindo a noite inteira como uma groupie. No começo eu não estava dando muita atenção para aquela garotinha jovem e idiota que queria impressionar, mas vê-la dançando... Ver os quadris dela em movimento mexeu com meus desejos mais profundos. 

e repente eu estava queimando por ela. Precisava dela como um drogado em abstinência. Afinal, ela era apenas uma menina inofensiva de 16 anos no máximo, mas mesmo assim não consegui me conter. Fui até ela.

- Você pode ser o chefe, Daddy! – E me deu um sorriso inocente com uma pontinha de malícia que até hoje me tira o juízo.

- Você é louca pra caralho! Sabe quem eu sou, criança?

- Louca por você! E pra sua informação eu já tenho quase dezessete! - Ela vincou a sobrancelha como sempre vazia ao ser contrariada.

- Okay, senhorita "quase dezessete." – Eu disse de deboche, mas ela riu. Riu tão docemente...

- Eu queria ficar sozinha com você. – Ela sussurrou no meu ouvido me fazendo arrepiar. – O cheiro de licor de malte nos seus lábios é irresistível. Eu preciso provar.

Normalmente eu nunca faria aquilo. Eu só dormia com prostitutas ou algo assim, jamais dormiria com uma garotinha daquelas. Nem sabia se ela era virgem ou não...

- Você é uma ninfeta atrevida, docinho. – Respondi tentando não parecer desconcertado.

- Você nem faz ideia do quanto posso ser atrevida, Daddy!

Ela insistiu até que finalmente cedi. E que bom que eu cedi...

Eu fui ao paraíso, estive junto aos anjos e voltei naquele quarto sujo de Motel. A minha ninfeta era quente, nunca vi uma garota tão mulher na minha vida inteira. Ela tinha um fogo no olhar que era único, que nem as prostitutas mais experientes tinham, um jeito só dela de me excitar.

Depois daquela noite eu me tornei um completo apaixonado. Quem diria que eu, Jimmy Necco Soileau, me submeteria aos encantos de uma simples garota de dezesseis anos.

Flashback


Retornei a minha consciência quando vi algo brilhando em cima da cama de Lizzy. 

Não, não podia ser...


E aí, Daddy? Como vai você?

Ouvi dizer que está atrás de mim... Bom, boa sorte para me encontrar. Saiba que eu estarei te esperando no nosso lugar com minha calça jeans justa, meu cabelo comprido... Quente do jeito que você gosta. O EUA é realmente enorme, não acha?

Eu te amo, porra, você sabe.

Você pode ser o chefe dessa cassada. Caralho, eu adorava quando você dizia "Cale a boca, estou no controle".

Da sua eterna garota perigosa, Beladona.


E junto com o bilhete estava o colar caríssimo de ouro que eu havia roubado para ela. Uma cruz dourada delicada. Eu dizia que aquela cruz a protegeria quando eu não pudesse mais protege-la. Isso só podia ser uma mensagem... Lizzy estava jogando comigo. Aquela mensagem significava "não preciso da sua proteção". 

Se ela queria jogar, então iriamos jogar. Eu iria acha-la... Nem que tivesse que morrer para isso. Eu precisava da minha garota perigosa.

Bad DesireOnde histórias criam vida. Descubra agora