Cola

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- Perguntei se você quer transar comigo. – Ela estava achando muita graça na situação. 

Me questionei como estaria a minha expressão facial.

- Isso é sério? – Perguntei parecendo um adolescente virgem. 

Tinha que ser uma piada.

- É claro que sim. Nós dois somos adultos. Eu estou afim e você também. O que nos impede?

Okay, tinha algo de errado com ela. Ela era uma serial killer, com certeza.

- Nada... Quer dizer... É só... – Então eu calei a minha boca.

Eu percebi que Lana Del Rey era do tipo de mulher direta. Ela não queria floreios ou palavras bonitas, nem ao menos esperava por isso. Eu entendi tudo. Ela sabia o que eu queria desde o primeiro "oi", por isso tanto tédio com as conversas formais. A mulher só queria saber se eu queria ou não transar com ela.

– Quero. – Eu respondi finalmente mandando meu cavalheirismo de menino bem criado para casa do cacete.

- Então vamos para minha casa.

Uma serial killer, depois dessa frase dela, era definitivo.

- Agora? - Eu hesitei.

- Agora. - Ela avaliava cada micro reação do meu corpo. Talvez pensasse em mudar de ideia?

Eu vi que aquela era uma chance única. Era agora ou nunca.

- Tudo bem. - Eu aceitei, mesmo com o risco de ser morto.

Valeria a pena ser assassinado por aquela beldade. Ficaria feliz sete palmos abaixo de seus lindos pés.

Ela pegou a minha mão e eu senti uma corrente elétrica perigosa. Sua mão era fria e macia. Estava bem ao meu lado, eu conseguia sentir o cheiro doce e levemente mentolado dela... Um cheiro que me lembrava riqueza e requinte, como os lençóis de hotéis cinco estrelas.

- Não vai se despedir da sua amiga? - Cassei qualquer coisa para dizer. Precisava me desembriagar.

- Não. – Ela só emitiu essa única palavra de maneira calma e começamos a andar em direção a saída.

Eu estava nervoso como se aquela fosse a minha primeira vez, comecei a pensar em mil coisas que podiam dar errado. Estava até um pouco enciumado pensando que a casa dela provavelmente recebia muitas visitas.

Ela parecia do tipo "sexo casual" e nada mais e eu seria apenas mais um a passar por sua cama para diverti-la. Acho que esse era o problema, talvez a ideia de ser só mais um não me agradasse. Teria que me esforçar para me destacar de todos. Queria que ela lembrasse de mim.

- Onde você mora? – Perguntei apreensivo no banco de carona do carro dela. O silencio entre nós estava me sufocando amargamente.

- Numa casa não muito longe. – Respondeu sem tirar os olhos da estrada. 

Ao contrário de mim, ela parecia querer manter o clima tenso e parecia se sentir até confortável assim. Suspense, será?

Dirigia rápido. Tão rápido que eu estava até ficando assustado com tanta velocidade. Por um rápido momento eu até estava começando a ficar confiante, relembrando minhas muitas conquistas amorosas, mas toda a minha confiança voou pela janela quando ela parou o carro.

Eu estava ansioso e inseguro, parecia até que eu nunca tinha transado na minha vida. Eu tinha uma vida sexual bem ativa, tocava numa banda de Rock e tinha várias groupies atrás de mim, mas Lana era diferente. De todas as mulheres que conheci pela minha vida, nenhuma delas era como Lana. Ela era segura, não tinha pudores e nem tabus. Parecia que podia me devorar numa única mordida.

Bad DesireOnde histórias criam vida. Descubra agora