Summertime Sadness

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- Pronto para se aventurar? - Perguntou Lana assim que abri a porta. 

Aparentemente ela odiava formalidades, como comprimentos, por exemplo.

Eu abri apenas o necessário para meu corpo passar e rapidamente fechei a porta, pois estava um verdadeiro caos no meu apartamento e não queria que ela pensasse pior de mim do que já devia pensar. Não, eu não tinha o mínimo de amor próprio, mas por ela e aquele par de seios foda-se o orgulho e todo o resto.

- Dependendo de onde for à aventura... Acho que estou pronto sim. – Respondi quando estávamos no corredor. 

Eu estava bem próximo dela, frente a frente, olhos nos olhos, mas não a beijei. Eu esperava que ela o fizesse, mas também não fez.

- Então vamos. – Ela falou dando as costas e caminhando, apenas esperando que eu a seguisse.

Ficamos em silêncio no elevador, mas não era um silêncio desconfortável, na verdade era bom. Era impossível ficar desconfortável perto dela agora que eu já tinha visto ela nua. Parecia que ela tinha uma espécie de mágica capaz de transformar qualquer momento em algo maravilhoso sem precisar dizer nada.

Dentro do elevador, eu pude reparar melhor na roupa que ela estava vestindo. Usava um vestido branco simples que ia até um pouco acima do joelho, um All Star bem surrado preto, um óculos de Sol em formato de coração e um boné dos Dodgers. Estava sem maquiagem e com os cabelos soltos. Era estranho vê-la vestida daquela maneira, mas confesso que gostei muito desse visual  dela.

- Pelas suas roupas estou vendo que não vamos para um lugar sofisticado. – Comentei e ela riu.

- Não, não vamos. – Ela sorria divertida e travessa.

- Não sabia que você curtia baseball. - Apontei para o boné.

- Tem muita coisa que você não sabe sobre mim. – Ela falou num tom descontraído, mas essa frase me soou meio sinistra mesmo assim. – Por exemplo, que eu torço pelos Dodgers. - Ela deve ter visto algo na minha expressão e adicionou rapidamente para quebrar o gelo.

Caminhamos até o carro dela que estava estacionado bem em frente ao meu prédio. Ela não ligava para os paparazzi? Me senti feliz em saber que ela não se incomodava que soubessem que estávamos saindo naquele dia. Uma ponta de esperança me invadiu mesmo contra a minha vontade. 

Entramos e ela deu a partida.

Ela estava a uns 99 KM por hora, mas não me incomodei, já estava mais habituado com a velocidade dela. Estávamos com as janelas abertas e sinceramente estava amando a adrenalina e a sensação do vento quente batendo em meu rosto. Tinha que admitir que nunca me senti tão livre assim antes.

- Por que você dirige assim tão rápido?

- Você não consegue sentir a liberdade no ar?

- Consigo. – Disse fechando os olhos, absorvendo aquela sensação. Uma sensação selvagem e repleta de calmaria ao mesmo tempo.

~ ♥♠♣♦ ~

- Já estamos viajando à uma hora. – Eu reclamei parecendo uma criança.

– Pode ter certeza que cada segundo de viagem vai valer a pena.

- Você está me sequestrando? Vai me levar para o deserto ou coisa assim?

- Claro que não. Pare de ser bobo. Estou te levando para o lugar mais divertido do mundo.

- Falta muito ainda?

- Não. Já chegamos. – Ela anunciou aparentemente animada, parando o carro.

- Onde estamos? – Eu perguntei saindo do carro.

Bad DesireOnde histórias criam vida. Descubra agora