Bad Desire

Prólogo: E que o jogo comece...

POV. Krist Novoselic

Estávamos em uma festa. Kurt, Courtney, Dave e eu. Kurt e Courtney estavam em uma conversa totalmente paralela e bizarra, pareciam estar em um mundo só deles, então só me restava Dave para me fazer companhia. Eu até preferia a mente calma e tranquila de Dave, ele tinha um ótimo senso de humor.

A festa estava um porre. Uns oito ou nove gatos pingados no meio da pista de dança, vários grupinhos espalhados conversando tediosamente, até a minha cerveja tinha esquentado. Eu estava contando os segundos para ir embora, só não o feito ainda para não fazer desfeita com um velho amigo que tinha me chamado para aquela festa idiota. Dave tentava me animar fazendo suas piadinhas e comentários e eu fingia que estava interessado para não magoá-lo.

Foi quando ela chegou. 

Na verdade ela não entrou sozinha. Estava acompanhada por outra mulher, mas eu só conseguia vê-la. Assim que aquelas mulheres cruzaram a porta, o ar imediatamente esquentou, de repente a festa tinha se tornado extremamente interessante. 

Elas eram lindas e esbanjavam sensualidade, pareciam ter uma beleza exótica e incomum. Uma áurea de mistério natural as envolvia. Todos os olhos estavam nelas. Até Kurt tinha parado sua conversa com Courtney para observa-las, o que não a deixou nada feliz.

As duas mulheres atravessaram o pequeno salão deixando um cheiro de magia no ar e se sentaram em um sofá, totalmente alheias as pessoas a sua volta. 

A primeira mulher parecia uma tigresa pronta para atacar a qualquer momento. Tinha olhos esverdeados com longos cílios e seus longos cabelos negros caiam em ondas. Ela estava vestida de forma elegante e sofisticada, mas ao mesmo tempo parecia querer se manter discreta, com um vestido cinza que marcava bem sua cintura e ia até um pouco acima do joelho. Utilizava um salto preto com o soldado vermelho e seus lábios carnudos estavam vermelho carmim assim como suas longas unhas.

Suas curvas eram impressionantes, seus seios eram grandes, mas não eram exagerados e estavam comportados no decote. Suas pernas estavam cruzadas, e por Deus, que pernas eram aquelas. Eram longas e torneadas e aquele pedaço de suas cochas que aparecia me deixava com uma vontade louca de ver mais. Tive que acender um cigarro para me controlar e não ter uma ereção no meio de todo mundo.

- Caralho. Aquela morena ali faz eu ter pensamentos perigosos, cara! – Dave disse empolgado dando tapinhas no meu braço parecendo uma garota adolescente.

- Relaxa aí, Dave. Ela é muita areia para o nosso caminhãozinho.

Eu estava fumando e a encarando de longe quando seus olhos delineados de preto se encontraram com os meus. Eu simplesmente congelei da cabeça aos pés com o seu olhar, como se o mundo tivesse parado de girar. Ela tinha olhos de cigana dissimulada, porém seu olhar não tinha vida e pude ver um raio de melancolia e tristeza neles.

Ela me olhou bem fundo como se pudesse ver a minha alma nua. Aquele contato visual durou apenas um segundo, mas me pareceu uma eternidade. 

Ela virou o rosto e voltou a conversar com sua amiga normalmente.

E o mundo voltou a girar.