Fairfax, VA

1.1K 80 59
                                    

Acordo meio sonolento e pego o celular para olhar as horas. Vejo que ainda são 6 horas da manhã e que dormi pouco, contudo algo me chama atenção. 
Vejo seu nome na tela...

"Boa noite Chris...
Gostaria de saber o que aconteceu para você estar tão estranho comigo do nada?"

Não consegui conversar com Dulce sobre o que havia ocorrido em relação à Samantha e sei que lhe devo uma explicação. Eu quem comecei com toda essa bagunça. 

Vou ser sincero em relação a uma coisa... Pensei bastante sobre isso ontem, enquanto estava em meu camarim... O primeiro show de NY, me deixou muito feliz e ao mesmo tempo surpreso, pois estava começando a ver um pouquinho do que eu e Dulce éramos juntos no passado. Existia um mundo paralelo só nosso em cima dos palcos. Aproveitávamos aquele momento para, de alguma forma, expressar todo o amor que sentíamos um pelo outro. Entretanto, não eram tempos tão fáceis. Quando saíamos dos palcos, tudo era escondido, tínhamos que fingir e fingir, negar e negar qualquer tipo de envolvimento. Perdi as contas de quantas vezes repeti a frase "somos apenas amigos" quando na verdade éramos muito mais do que isso. 

Hoje sei que não vamos precisar repetir todas essas coisas ou dizer que "somos apenas amigos" porque, infelizmente, acho que não passaremos mais disso. Uma grande amizade. Mas outra vez revivemos a história... nos vemos escondidos, expressamos o que sentimos somente em cima dos palcos e pensando sobre isso acabei me perguntando se eu queria viver dessa forma novamente... Se eu queria ter que fingir de novo fora dos palcos que eu não sinto nada por Dulce, quando a verdade é que se canto "Este Corazón" olhando em seus olhos, sinto vontade de correr e abraçá-la. Por esse motivo não consigo conter meu sorriso quando a vejo. Tudo parece festa dentro de mim. Se Dulce e eu estamos sozinhos em algum ambiente, sinto vontade de agarrá-la, de beijá-la... É difícil demais me controlar e foram anos desse jeito.

Sendo assim, tomei a decisão de tentar parar de alimentar os meus desejos. Um toque foi só um pequeno deslize que cometi sem pensar, foi por impulso. Imagine se eu me permito ir além disso... Chegar mais próximo, tocar nela como ela me tocou, em meio a nossa música, no meio de um momento onde construímos história, onde temos lindas lembranças. Eu não seria capaz de me controlar da mesma forma que ela costuma fazer. 

Respondo sua mensagem...

"Dulce, me desculpa.
Tive problemas com a Sam por causa daquele toque... Então, como disse antes do show, acho melhor não nos aproximarmos tanto. Pelo menos por enquanto."

Nossas vidas sempre foram uma loucura e não dá para prever o que vai acontecer em cada show. A gente se planeja, ensaia, decide fazer Y e as vezes sai X, mas a verdade é que nem sempre conseguimos controlar e fazer de fato o que queremos. 
Minha intenção com essa turnê, assim como a de todos, é encerrar o ciclo do RBD da forma que gostaríamos de ter feito no passado. Mas além disso, houve algo que eu e Dulce também queríamos que tivesse tido um encerramento digno. O ciclo de "Diego e Roberta" nos palcos para iniciarmos o de "Dulce e Christopher" na vida real, assumidamente. Contudo, parece que a vida nos levou a uma bola de neve muito maior e mais difícil ainda do que nos tempos de RBD, e foi nesse momento que tive que me acostumar a ver o meu amor, simular uma relação com alguém.

Hoje me sinto como se estivesse revivendo as duas fases antigas, o "durante RBD" e o "pós RBD". Nos palcos eu posso reviver momentos bons, cantar com Dulce, abraçá-la de vez em quando, olhar em seus olhos, mas quando saímos dos palcos, ela corre para os braços de outro homem, que hoje a chama de "esposa". Dessa forma mais uma vez, voltamos às escondidas, volto a sofrer vendo-a com outro alguém, só que desta vez, não é cena. É vida real. 

Seria possível que as pessoas compreendessem o quanto a nossa vida é uma montanha-russa de emoções?

(...)

Soy Rebelde, Soy VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora