New York | Parte 1

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Nova Iorque, aqui estamos para mais um dia de show e hoje estou diferente.

Poucas horas antes do show, enquanto estávamos passando o som, o grupo notou que eu estava um pouco mais sensível que o normal...

— Dulce aconteceu alguma coisa? — Mai me pergunta enquanto me puxa para um cantinho — Está com essa cara de choro...
— Não... está tudo bem! Obrigada por se preocupar — Sorrio — Acho que é a TPM, sabe? Então estou mais emotiva mesmo.
— Promete? — Ela pergunta.
— Claro! 
— Eeeeei! O que estão fofocando sem mim? —  Chega Any nos abraçando.
— Dulce está sentimental hoje, vamos enchê-la de carinho — Mai me abraça e logo todas nos abraçamos forte. 

Eu não poderia compartilhar o que estava acontecendo agora, não no momento feliz de todos. Eu iria deixá-las preocupadas, daria abertura para opinar em coisas que... por mais que eu as ame e confie em seus conselhos, somente eu poderia resolver agora. 

Desde o show de Houston, Paco vem agindo um pouco estranho comigo. Na verdade, eu também não sei se eu tenho sentido essa diferença dele comigo por eu estar me sentindo culpada. 

Paco não sabe, mas eu sei, que quando canto com Christopher, meu coração dispara. Ele não sabe, mas eu sei, que quando Chris e eu nos abraçamos no palco ou em qualquer momento, sinto vontade de nunca mais soltá-lo. Paco não sabe, mas eu sei, que quando canto "Este Corazón" com Christopher, todas as palavras que saem da minha boca através daquela letra, não são nada além do que a maior verdade que existe dentro de mim: Estou conectada a Christopher.

Por esse motivo me sinto culpada. É uma atração fora do normal e estar com uma pessoa, sentindo-se atraída por outra é muito errado. Bem... Pelo menos eu acho errado e isso me incomoda demais, pois me coloca em uma posição de tomada de decisão, de escolhas e... Eu e Christopher já fizemos essa escolha no passado. 

Quando voltamos com a ideia da turnê, sabíamos que viriam juntos diversos gatilhos, mas que já superamos e hoje vivemos uma nova era de nossas vidas, uma nova realidade. E assim tem sido. Mas quando se trata de Christopher... Esse parece ser o único ponto do meu passado que que ficou com uma pendência e agora o meu coração quer a todo custo me obrigar a resolver.

(...)

Quando estou a caminho do camarim para começar a me arrumar, sinto que alguém toca meu braço e quando olho é ele... o motivo da bagunça formada em meu coração.
— Dulce, não mente pra mim — Ele diz baixinho — É alguma coisa com Paco? 
— O que? Claro que não! — Digo, fazendo-me de desentendida.
— Dul, sabe que pode me contar tudo né e que podemos conversar se algo... 
Eu o encaro pensativa, sem saber se conto...
— Vamos lá Dul, eu te conheço. Sei quando está bem e quando não está.
— As pessoas mudam Chris — Respondo.
— Pra mim a essa hora? — Ele diz sorrindo — Dulce, você sabe que se quiser fugir a gente foge né? — Ele diz com um sorriso brincalhão. 
Solto uma risada e respondo: 
— Tá bom Dieguinho... e a Roberta coloca a sua filha aonde?
— Na corcunda do titio aqui — Ele brinca apontando para as suas costas e eu dou um tapinha em seu braço sorrindo.
— Ah... Parece que só ele consegue levantar seu astral né Dulce — Diz Christian entrando em nosso meio e colocando seus braços em nossos ombros.
— Pois é, Christopher só fala bobagens — Digo ainda sorrindo e sentindo de fato que essa pequena troca com Christopher melhorou um pouquinho meu ânimo — Meninos, vou indo lá que é muita coisa para arrumar e temos horário né? Se não vamos atrasar igual em Houston.
Despeço-me dos meninos com um abraço e um beijo e na vez de Christopher quando ele me retribui, seu beijo toca o canto de minha boca. 

Me afasto rapidamente e nem olho para trás, mas torcendo para que ninguém além de Christian tenha presenciado isso. 

(...)

Soy Rebelde, Soy VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora