Soy Rebelde, Soy Vondy

Phoenix, Arizona | Parte 1

Olho para o lado e vejo Paco dormindo profundamente... Olho para a outra cama e vejo Mapi descansando como um anjo e tudo está cooperando para que eu saia agora mesmo e vá me encontrar com a pessoa que faz meu coração perder o ritmo.

Assim como Christopher, também estou com insônia e não consigo dormir graças ao show de hoje. Foi mágico... Cada olhar, cada abraço, troca... Confesso que hoje me senti na época em que a banda estava em seu auge. 

Tudo indica que Mapi e Paco não irão acordar então... "Que dúvida cruel!" penso enquanto levanto o meu olhar para o teto tentando encontrar ar suficiente para respirar em meio a essa adrenalina que percorre meu sangue.

"Por que Christopher sempre faz isso?" me pergunto. 

Lembro-me da época dos shows... Fazia alguns meses que Chris havia terminado com Anahí e eu com Poncho, e estávamos no início de um "relacionamento?". Estávamos curtindo a companhia um do outro, escondido, claro. Tínhamos medo de que Any ou Poncho se sentissem traídos, ou enfim... Algo pudesse desestabilizar o grupo, já que trabalhávamos juntos todos os dias, o tempo todo.
Então algumas noites Chris começou a visitar o meu quarto a noite, quando ninguém via...

[Flashback]

— Dulce! — Escuto ele me chamar do outro lado da porta, bem baixinho e eu já atrás dela a sua espera, abro imediatamente.
— Por que demorou? Já estava quase pegando no sono aqui atrás da porta — Digo sorrindo e fechando a porta após Chris passar por ela.
— Estava procurando o vinho que comprei para essa noite.
— Não vou beber Ucker, amanhã tem show de novo. — Digo enquanto me deito na cama.
— Ah que isso Dul... vamos! só um pouquinho?
— Não — Respondo — Vai ser uma correria.

Ele coloca o vinho em cima da mesinha que há no quarto e sobe na cama vindo em minha direção e sorrindo. Seu cabelo estava curto e sendo bem sincera, é difícil olhar para ele e escolher com qual corte eu o acho mais atraente. 
Ele sorri e para em cima de mim e nossos olhos se encontram. Por alguns segundos ficamos nos olhando e admirando.

Sinto a respiração quente de Christopher próxima de mim e ao mesmo tempo todo meu corpo sente um arrepio. Era difícil entender como ele conseguia me causar tantas sensações boas, novas... Sensações essas que só comecei a sentir quando estava com ele. 

Quebro o silêncio que paira entre nós dois...

— O que foi? 
— Eu já disse o quanto você é linda? — Ele responde enquanto pega uma mecha de meu cabelo tirando do meu rosto e posso ver a fascinação com a qual ele me admira.

"Seria possível alguém me olhar dessa forma algum dia de novo?" , me pergunto.
 
— Para! — Mordo meu lábio inferior e sorrio sem graça escondendo o rosto com as mãos.
— O que foi Dulce? — Ele pergunta tirando minhas mãos de meu rosto e, com toda certeza, devo estar vermelha. Ele sorri e seus lábios tocam os meus. 

Meu coração bate forte enquanto sinto meu corpo esquentar no momento em que Christopher afasta seus lábios dos meus seguindo para o meu pescoço com beijos leves. 
— Então, onde está o vinho? — Digo o empurrando para o lado, me levantando e me
recompondo rapidamente.  
— Bem ali em cima —  Ele aponta sorrindo, sabendo que me venceu. 

Olho para ele que esta deitado com seus braços atrás da cabeça me acompanhando enquanto pego duas taças. Sorrio para ele enquanto me encara e reviro os olhos.
— O que você fez comigo hein Dulce Maria? — Ele me pergunta.
— Mas eu não fiz nada — respondo sorrindo.
— Estou de madrugada no seu quarto pela terceira noite seguida, escondido... 
— E eu recebendo você aqui — Digo arqueando os ombros enquanto termino de encher nossas taças.

Christopher se senta e pega seu copo de minha mão e diz assim que me sento ao seu lado... 
— Estou doido por você. 
— Christopher... Não faz muito tempo que sai de um relacionamento, então...
— Eu entendo Dulce, mas desde a primeira vez que nos beijamos sem ser como Diego e Roberta... eu não consigo parar de pensar em outra coisa a não ser querer estar com você. 
— Chris, comigo acontece igual, mas quero ir com calma... Não sei aonde isso vai nos levar, se não estamos nos confundindo...
Ele bebe um pouco do seu vinho..
— Eu já tenho certeza de tudo. 

[Fim do flashback]