Vittoria Santoro sempre teve uma vida difícil, graças ao fato de ser filha do chefe de uma das máfias mais perigosas do mundo. Ela estava tentando levar uma vida normal, ficou até noiva de um homem maravilhoso, fez até novas amizades. Mas o passado...
Quem vai secar seus olhos quando tudo desmoronar? - Space Song - Beach House
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- 11 de junho de 2023 - - Domingo - - 04:32 -
Fazem 82 dias, 21 horas, 3 minutos e 23 segundos...
É um domingo, eu deveria estar deitado, dormindo, passando tempo com a minha noiva, mas eu não posso.
Não até encontrá-la
Vittoria Santoro, como uma irmã para mim. Eu cuidei dela, conheci ela, e perdi ela.
De novo.
Tomo mais um gole da cerveja na mesa de madeira e jogo as latas vazias no carpete vermelho do escritório. Fito minhas mãos, a direita com a aliança de noivado e a esquerda sem qualquer anel. Bufo, jogando minha cabeça para trás, com tantas coisas em minha mente.
Era para eu ter me casado, dia 13 de abril, num campo, as 14:35. Mas eu prometi para mim mesmo que Vittoria ia entrar comigo, que ela ia me acompanhar ao altar. E eu vou cumprir essa promessa.
Gabrielle foi gentil comigo, entendeu o que eu pensei e respeitou meu desejo. Ela sabe que nunca faço questão de nada.
Heitor não se importa realmente com o paradeiro da filha, ele sabe que uma hora ela ia morrer, e está morta. Ele não acreditou que Vittoria estivesse viva com os Bernardi. Ayla não sabe da irmã também, e está procurando-a em cada sinal de Londres, mas eu sei que ela está aqui em Palermo.
Em todos esses meses eu tenho trabalhado incansavelmente em sua busca, não posso perdê-la de novo. Prometi para Miranda que ia para sempre cuidar de Vittoria, e falhei miseravelmente pela segunda vez. Seguro os papéis em minhas mãos, com força, a ponto dos nós nelas estarem brancos.
"Não há qualquer pista de Vittoria Santoro desde 20 de março, num período entre oito horas em ponto e nove horas e dez minutos, pela manhã."
Leio as palavras, cortantes como facas. Eu tinha perdido quase toda a esperança, mas assim que vi o sujo do Bernardi bebendo e falando que estava noivo, foi como se todos os pontos se encaixassem. E uma nova flor de esperança brotou entre minhas juntas, me dando mais um motivo para não desistir.
"Lore... Por que estou tremendo?"
Eu tinha 7 e ela 4, Heitor tinha a mandado caminhar pela cidade em busca de comida, e já estava escuro, o frio congelava meus ossos e meu corpo magro. Lembro exatamente como foi a sensação de alguém tão puro e verdadeiro como ela me perguntar uma coisa tão dura sem qualquer noção.
