Vittoria Santoro sempre teve uma vida difícil, graças ao fato de ser filha do chefe de uma das máfias mais perigosas do mundo. Ela estava tentando levar uma vida normal, ficou até noiva de um homem maravilhoso, fez até novas amizades. Mas o passado...
"Talvez eu estivesse errado Talvez ela estivesse certa Talvez eu acredite nela" Violence - The Unlikely Candidates
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
- 11 de junho de 2023 - - Sábado - - 2: 23 -
Fitei o nada por alguns segundos, cansado o suficiente para nem sequer raciocinar.
Quando eu menos notei, estava em casa, não sei como, ou quando, peguei o carro e dirigi.
A chuva cai, na madrugada infernal. Onde pequenos pontos luminosos da cidade brilham. Eu olho pela janela do quarto, dessa vez, o quarto empoeirado, o quarto de Emily. As luzes estão apagadas, e tudo que resta é a chuva batendo no vidro.
Ela não morreu... Ela não morreu... Ela não morreu...
Minha mente repete, como um mantra, ou como uma maldição. Não me movo, continuo sentado na beirada da cama coberta pelo plástico transparente e observando a chuva da janela grande.
Tudo está uma bagunça. Saber que o amor da minha vida não morreu, e na realidade é a pessoa que eu sequestrei e me apaixonei de novo é loucura. Tudo faz sentido, mas ao mesmo tempo, nada faz sentido. Estou com raiva, sinto medo, sinto tudo. Todos os sentimentos que eu fiz questão de esconder estão explodindo de uma vez.
Quero quebrar tudo, jogar do outro lado do mundo. Esquecer de vez o que vivi, deletar esses anos da minha cabeça. Cerro os punhos, mas que merda, eu não deveria ter caído no papo dessa vadia.
A vadia que eu ainda amo
Mas eu não posso ficar com alguém que sequer consegue me contar sobre a própria vida. Dói ser feito de bobo, apenas esperando a próxima jogada. Meus olhos ardem, quero quebrar tudo, jogar tudo para o nada. Levanto-me, aturdido.
Seguro o vaso que ganhei em meu casamento de algum dos inúmeros amigos falsos que cultivei com o tempo. Jogo-o na parede, com força, apenas vendo a porcelana cara se estilhaçar. Chuto a cama, de madeira, batendo freneticamente no colchão.
Me sinto traído, como se tivesse amado uma mentira.
Grito, tentando espantar toda a dor e esses sentimentos inúteis, mas é em vão. Não consigo, ela continua comigo.
Queria que fosse uma brincadeira, que Vittoria aparecesse rindo, e dissesse "Amor, você realmente acreditou? Me desculpe por isso, mas foi só uma brincadeira" Mas não foi.
Não quero acreditar nisso, não posso. Emily nunca faria isso comigo, né? Por que ela mentiria para mim? Por que não simplesmente me contar?
