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- 01 de junho de 2023 -- Quarta-feira -- 9:11 -

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- 01 de junho de 2023 -
- Quarta-feira -
- 9:11 -

Merda merda e merda

Acordo, de súbito, e vejo que Vittoria está do meu lado, lendo algum livro, na verdade parecia que ela estava apenas olhando o livro ao invés de ler. Como se estivesse num transe. Tento procurar qualquer vestígio de memória de ontem depois que trouxe Leah para casa, as não encontro. Sem contar na dor persistente da ressaca.

- Bom dia... - Murmuro, sonolento, olhando em volta, Vittoria sai de seu transe e olha para mim como se eu fosse uma assombração. Ela engole em seco, e solta um sorrisinho nervoso.

- Bom dia! - Ela fala numa falsa animação, enquanto pousa o livro na mesa de cabeceira, seus olhos estão vidrados em mim, e bem abertos.

Ela está estranha

Droga... Será que... Ah não!

- A gente... - Começo, mas ela interrompe, tranquilizadora.

- Não... Não! - Um risinho nervoso escapa novamente dos seus lábios, e ela tosse, voltando com a voz ao normal, como se tentasse "mascarar" isso. - Você não lembra de nada que aconteceu ontem? - Vittoria levanta, rapidamente, quase saltando da cama, e ela está vestida, com algum pijama, graças a Deus! Não é que eu não queira transar com ela, ou coisa do tipo, para falar a verdade eu quero, e muito. Só que eu não quero fazer isso bêbado. Nego com a cabeça, olhando para o colchão.

Sinto que provavelmente aconteceu algo muito mais frustrante do que transar bêbado.

- Aconteceu alguma coisa ontem, Vittoria? - Minha voz soa despretenciosa, enquanto me levanto e vejo que também estou vestido com um pijama.

- N-não! - Ela respondeu, rápido demais. - Fique em paz, ok, Eth... D-digo, Ethan! - Mais uma vez aquele sorrisinho está em seu rosto, Vittoria se esgueira para o banheiro, batendo em quase todos os móveis, e fecha a porta. - Vou só tomar um banho rápido! - Ela fala, de dentro do banheiro, e eu ouço o barulho do chuveiro começar.

Respiro fundo, pensativo, enquanto penso no que aconteceu, ontem e agora há pouco.

"Vai lembrar disso tudo pela manhã?"

A voz de Vittoria soa na minha mente, em meio ao breu que minhas memórias representam. Está tudo escuro, tudo não passa de borrões.

Minha atenção agora, está no chão, sem a mesma bagunça de antes, sem as garrafas vazias, o laptop agora está na poltrona, fechado. Caralho, ela realmente limpou o meu quarto no meio da noite? Do lado da cama, noto a cartilha de remédios para enxaqueca, com um copo cheio de água.

"Beba-me"

É isso que está escrito, em uma caligrafia desajeitada e cursiva. Pego a água e um comprimido, engulo os dois num gole só, e pouso o copo, agora vazio, na mesa de cabeceira novamente. As minhas roupas, estão dobradas no pufe, cuidadosamente arrumadas. Eu tiro o pijama azul, e visto a camisa branca e a calça preta, limpas e passadas. Pego a meia e sapatos pretos, e coloco em meus pés, amarro o cadarço, e passo o perfume da Mont Blanc em meu pescoço. Respiro o aroma amadeirado, que agora está em minhas roupas e pele.

Sequestrada pelo AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora