𝐄𝐬𝐜𝐥𝐚𝐫𝐞𝐜𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨𝐬 𝐧𝐞𝐜𝐞𝐬𝐬𝐚́𝐫𝐢𝐨𝐬.

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𝐋𝐚𝐮𝐫𝐞𝐧, 𝐦𝐚𝐝𝐫𝐚𝐬𝐭𝐚 𝐝𝐚 𝐌𝐚𝐯𝐢𝐞 𝐏𝐨𝐯.

Bertha finalmente dormiu. Era minha filha, eu a amava, mas ser mãe era cansativo. Passei as mãos no rosto, tentando permanecer acordada depois de uma má noite de sono.

Passei pelo corredor escuro de madeira, passando silenciosamente ao lado do quarto barulhento de Mavie. Ela era talentosa, bonita e inteligente, além de muito gentil. Ela escutava uma música pop, seu estilo favorito, dizia que Beyoncé era sua musa inspiradora.

Eu gostava daquela garota. A noite em que ela chegou aqui estava chuvosa, cheios de trovões de deixavam os céus brancos apenas com um deles. Ela estava completamente molhada, com os olhos vermelhos de tanto chorar e sua fantasia de pânico rasgada. Na vinda até aqui, ela escorregou, caiu e ralou o joelho, uma pobre coitada no meio de uma noite escura.

Gostaria que quando Bertha crescesse, fosse igual ela, uma menina inspiradora. Porém, uma coisa de errada não estava me cheirando bem. Fazia seis meses que ela estava aqui, quatro meses fazendo filmes e dando entrevistas. Tudo era para estar ótimo, ela devia estar feliz, mas... parece que algo está a incomodando.

Por vezes, eu tentei tirar alguma coisa dela, mas parece que quanto mais ela falava, menos informações saiam de sua boca. Ela estava com medo, não sei do que e nem de quem, provavelmente de sua mãe, aquela mulher é simplesmente horrível.

Deixei meus pensamentos de revolta de lado, mexendo em minha cabeça. Precisava tomar algo, um café ou algo do tipo, eu precisava ficar acordada. Voltei com meus passos silenciosos até a cozinha. Batidas na porta foram desfeitas e quando me levantei para atender, Carl, meu marido, foi na frente.

Fazia tempo que ele estava assim, sinceramente, estava com medo dele ter amantes, eu não saberia reagir se fosse isso, mas, ultimamente, tenho visto cartas que chegam e que desaparecem. Não sei de quem são ou para quem são, apenas sei que ele está me escondendo algo, algo que eu irei descobrir.

— Obrigada, até! — O homem diz enquanto fechava a porta.

Ele encarou sua mão e bufou de raiva quando viu a carta. Ele ainda não tinha reparado em minha presença, então agiu naturalmente. Ele abriu a porta do porão com raiva e desceu degraus abaixo.

Te peguei.

Sorri, vitoriosa com minha descoberta. Agora eu apenas precisava esperar um pouco e descer e descobrir o que ele tanto tem raiva e medo de que descubramos.

𝐌𝐚𝐯𝐢𝐞 𝐏𝐨𝐯 || 𝐀𝐥𝐞𝐦𝐚𝐧𝐡𝐚, 𝟐𝟎𝟏𝟏 𝟏𝟕:𝟓𝟑.

— Quando você foi embora naquela noite, Gustav deu um soco em Tom, devo dizer que foi um soco bem-merecido. Mas isso o fez acordar e perceber o que tinha feito com você e entre ambos — Bill continuou com seus braços cruzados — Passou-se um tempo até Gustav voltar ao normal e conseguir perdoar Tom, alguns meses... E, quando meu irmão descobriu que Gustav sabia onde você estava, ele o obrigou a contar o endereço.

— Obrigou, é? — Eu disse sorrindo boba, vendo o garoto revirar os olhos — Continue!

— Após isso, após descobrir com quem você estava, Tom começou a escrever cartas loucamente, cartas, arrependido, pedindo perdão e, eu juro, ele cairia aos seus pés se você tivesse voltado!

Nos dois rimos um da cara do outro, tudo aquilo que ele estava me falando... era quase que inacreditável, eu pensava que Tom tinha ficado feliz que tinha se livrado de mim, que agora estava livre para ficar sem aquela carência em seus pés..., mas não.

— Ele escreveu 365 cartas, ele escreveu um ano para você, sem faltar um dia sequer — Mas após isso... quando viu que você não iria respondê-lo, ele desistiu, pensava que você estava nervosa demais para sequer responder uma carta.

𝐉𝐮𝐝𝐚𝐬 || TOM KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora