𝐌𝐚𝐯𝐢𝐞 𝐏𝐨𝐯 || 𝐀𝐥𝐞𝐦𝐚𝐧𝐡𝐚, 𝟐𝟎𝟏𝟏 𝟐𝟑:𝟒𝟖.
Ao vê-lo novamente, eu senti um turbilhão de sentimentos contraditórios, como nostalgia misturada com cautela. A lembrança das emoções boas, por mais que foram poucas, se chocaram com as lembranças das mágoas passadas, me dando uma sensação de vulnerabilidade e insegurança. Tive um desejo de entender o que deu errado, mas também a necessidade de proteger meu próprio coração. Eu não iria me entregar a alguém novamente, nunca mais. Apenas afastei todos os pensamentos que me atordoavam e comecei a prestar atenção em minha volta.
Faz tempo que eu não ia em uma festa assim e a sensação de estar de volta era ótima. Eu sentia que eu podia ser eu mesma essa noite. Um pouco mais controlada, mas não deixaria de ser eu mesma.
As pessoas me olhavam de canto de olho, mas admito que minha entrada não foi uma das mais discretas e, sem querer me gabar, mas um porsche chegando no meio das pessoas em uma corrida ilegal... Talvez eu tenha sido meio inocente ao vir com ela sendo que eu nem vou correr.
Eu estava encostada em um poste, vendo uma das corridas acontecer. Era incrível, uma Rimac nevera e um Ford GT correndo para ver quem era o mais rápido. O barulho dos roncos, o cheiro de pneu queimado, as curvas que ambos faziam... Eu estava entretida, tão entretida que nem parei para pensar no dito cujo que eu estava atrás.
Eu olhava para todos os lugares, tentando acompanhar os carros que iam e vinham de uma forma tão brusca e rápida que me fazia pensar "e se". E se fosse eu? Eu poderia, não poderia? Além do mais aqui não tem polícia, apenas pessoas vendo algumas corridas, nada de mais.
Quando eu menos espero, algo gelado toca em meu braço, me fazendo virar para trás na mesma hora. Em minha mão um soco já estava armado e eu acertaria em cheio se não fosse um rosto familiar.
—Vai bater no meu rostinho bonito mesmo? — Ele dava um sorriso de lado e em suas mãos estavam dois copos, provavelmente as bebidas que estavam oferecendo no início.
Ter contato com ele é como ter brasas ardendo dentro de você. Cada lembrança do que aconteceu é como combustível para esse fogo interior, alimentando uma sensação de vingança e ressentimento.
—Oi, Kaulitz — Eu não faço questão de esconder minha decepção ainda aparente em meu rosto.
—Você mudou... Está diferente! — Eu parei de o olhar, me virando para frente novamente e cruzando meus braços —Será que já devo dizer que está bonita?
—Não, não deve! — Eu disse murmurando enquanto via a última volta ser concluída e a Ford GT vencer.
Eu sorri enquanto me vangloriava em meu pensamento, me achando por ter apostado naquele carro.
—Nossa, você está difícil, o que aconteceu com aquela garota que vivia atrás de mim, am? — Ele se aproximou de mim e apoiou seu ombro no mesmo poste —Toma, isso é para você!
Ele disse me oferecendo um copo de bebida e uma bandana roxa em que estava em sua mão direita. Eu a empurrei, ainda observando os corredores de longe. Não confiava nele a ponto de aceitar uma bebida que facilmente poderia estar batizada, mesmo duvidando bastante que ele faria isso, mas evitar é necessário.
—Eu não quero e nem preciso de nada seu! — A arrogância que eu tinha em minha voz era transparente —Por que está aqui atrapalhando de eu ver a corrida e não está paquerando alguma garota? Você gostava de loiras, certo? Bem, ali tem várias!
Ele deu um suspiro forte, enquanto se colocava em minha frente, me fazendo olhar para seu rosto. O seu maldito e belo rosto que eu sonhava por anos.
—Você não tem opção, se quiser não pegar a bebida tudo bem, mas a banana é obrigatório! — Ele disse bebendo o resto de líquido de seu copo e colocando o outro por cima — Todos aqui fazem parte de um grupo, se você não estiver com uma bandana que identifique, eles te expulsam.
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𝐉𝐮𝐝𝐚𝐬 || TOM KAULITZ
Avventura𝐇𝐨𝐩𝐞 𝐢𝐬 𝐚 𝐝𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫𝐨𝐮𝐬 𝐭𝐡𝐢𝐧𝐠 𝐟𝐨𝐫 𝐚 𝐰𝐨𝐦𝐚𝐧 𝐥𝐢𝐤𝐞 𝐦𝐞 𝐭𝐨 𝐡𝐚𝐯𝐞 Me arrependo de ter entregue todo meu ser a você. Me arrependo de ter me imaginado casando com você. Me arrependo de ter me deixado afetar meus sentiment...