𝐌𝐚𝐯𝐢𝐞 𝐏𝐨𝐯 || 𝐀𝐥𝐞𝐦𝐚𝐧𝐡𝐚, 𝟐𝟎𝟏𝟏 𝟐𝟐:𝟎𝟐.
Minha respiração estava falha, meu corpo tremia, boca seca, eu realmente precisava respirar. Minha mente fala isso tudo para mim, respira, fica, se mexa, fale alguma coisa. Mas enquanto ela falava, meu corpo não raciocinava. Ficava vendo Bill chorar sem parar, dizendo como estava tudo tão difícil, como tudo de repente se virou de ponta cabeça, e eu apenas conseguia pensar em uma coisa.
Era eu quem havia causado aquilo.
Era eu quem tinha feito tudo aquilo para eles. Quem havia entrado nas vidas para causar. Eu, eu, eu. Devia me perguntar se eu era narcisista. Ah, o que eu estou sentindo? Pena? Arrependimento? Esses sentimentos estão se aflorando em mim, novamente.
Bill me contava as coisas que estava passando em sua vida pessoais, com Tom, com a banda e com tudo no geral com lágrimas nos olhos. A cada minuto que eu passava ao seu lado eu sentia meu coração se amolecer mais ainda.
Eu não queria me vingar naquele momento, eu queria apenas o abraça-lo. Empatia, talvez. Eu não queria que ele desistisse, era apenas um momento ruim, ele não podia desistir. Nesse momento eu estava pouco me fudendo para a porra da minha vingança, eu jogaria tudo para o alto apenas para ver meu menino bem.
Soube naquele momento que nem tudo é sobre mim, eu tenho problemas, claro. Não apenas comigo, mas com os outros também. Percebi o qual rancorosa eu era, o quão narcisista. Eu ligava apenas para mim, sem me importar com o outro, era isso que eu queria para mim? Uma vida cheia de rancor e sempre vivendo do passado? Merda.
Eu sai de meu lugar, indo até o lado de Bill, que me encarava triste, bochechas rosadas e olhos com água. Eu o puxei levemente para um abraço caloroso aonde o moreno em momento algum se negou. Ele soluçava em meu ombro enquanto fazia carinho em suas costas.
-Tudo bem, tudo bem...
Eu repetia para ele (ou para mim mesma), dizendo que tudo ia ficar bem, uma coisa que nenhum dos dois estava. Bem. Seu corpo faltava ar, seus olhos mal se abriam, por um momento, lembrei de como eu era no passado, de como eu chorava em seus ombros quando Tom fazia alguma merda.
Lembrando do passado de novo.
Uma vasta lembrança invade minha mente, uma memória que eu nem mesmo me lembrava. Eu a recuperei do fundo de meu inconsciente, uma lembrança traumática. Naquela noite, meu pai havia saído de casa, um dia antes de eu completar 13 anos. Ele nunca me contou o porque tinha me abandonado lá, apenas saiu.𝐅𝐥𝐚𝐬𝐡𝐛𝐚𝐜𝐤 𝐎𝐧;
𝐀𝐥𝐞𝐦𝐚𝐧𝐡𝐚, 𝟐𝟎𝟎𝟒, 𝐚𝐧𝐢𝐯𝐞𝐫𝐬𝐚́𝐫𝐢𝐨 𝐝𝐞 𝟏𝟑 𝐚𝐧𝐨𝐬.
Deitada em meu quarto eu chorava, cabeça no travesseiro, abafando meus soluços. Acordei para cantar parabéns, mas o senhor não estava ali. Por que? Era eu? Não sei, e tenho a impressão de que nunca vou saber.
Batidas na porta chocam pelo quarto inteiro, dando eco. Lentamente, ela é aberta, a luz amarela do corredor invade o pequeno espaço aonde eu estava. Coberta da cabeça aos pés, triste demais para sequer levantar.
-Você está viva? - Minha mãe diz por detrás de mim.
E, sem coragem, não digo nada, por que eu não me sinto viva. Com 13 anos eu não me sentia mais viva. Aos 13.
Ouço seus passos se aproximando e se sentando ao meu lado. Ela se senta ao meu lado e passa uma mão por minha perna, me fazendo um carinho que tentava ser acolhedor.
-Você vai me contar o que está acontecendo? - Ela pergunta, quase que sentindo minha tristeza.
Não, eu não vou.
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𝐉𝐮𝐝𝐚𝐬 || TOM KAULITZ
مغامرة𝐇𝐨𝐩𝐞 𝐢𝐬 𝐚 𝐝𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫𝐨𝐮𝐬 𝐭𝐡𝐢𝐧𝐠 𝐟𝐨𝐫 𝐚 𝐰𝐨𝐦𝐚𝐧 𝐥𝐢𝐤𝐞 𝐦𝐞 𝐭𝐨 𝐡𝐚𝐯𝐞 Me arrependo de ter entregue todo meu ser a você. Me arrependo de ter me imaginado casando com você. Me arrependo de ter me deixado afetar meus sentiment...