15 - Floricultura

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Marinette's pov:

-

Estive indo embora com Adrien já faz três semanas.

Foram todos dias... Iguais.

Escola, Casa, Luka.

Sei lá. Adicionar vinte minutos com um Agreste, por mais bizarro que soasse, tornou menos insuportável.

Eu estava tão na merda que até chegava a ansiar o momento de ir embora. Só para me divertir com seu ego inflado e modo sarcástico.

- Eu ainda vou fazer o Senhor Mikaels engolir aquele apagador de lousa. - comento, andando ao seu lado.

Meu fone tocava "There is a light that never goes out"
e o sol tocava minha testa.

Ele bufa, com nossas mochilas em suas costas. Uma em cada ombro.

- Sério. Inacreditável.

- Vale a pena pegar uma detenção por isso.

- Como se você tivesse coragem. - diz com um sorriso afiado.

- O que? Acha que eu não aguentaria?

- Você é princesinha demais para isso.

- Ah, cale a boca.

- É verdade. - alega, em tom de piada, porém com fundo de verdade. - Você nem carrega duas apostilas.

- Elas tem mais de 300 páginas!

- É, tente multiplicar isso por 2 e sentirá o que eu sinto. - ele ajeita as bagagens, fazendo-as balançar em minha direção.

- Dramático.

- Sou só um cavalheiro

- Não se faz. Você é o maior babaca.

- Sou? - imita um semblante triste.

Reviro os olhos.

Não é como se isso fosse esconder o fato de ele ser um dos solteiros mais cobiçados da escola.
E da Europa.

Ele era bonito e sabia disso.
Ouça meu conselho: Esses são os piores.

Com uma expressão cansada ele se aproxima de mim e pega um dos lados do meu fone, como se fosse seu por direito

- Deixa eu ouvir um pouco de música para relaxar meus músculos.

Não o impeço, apenas pulo a música que eu ouvia anteriormente.

- Por que pulou? - ele questiona ao percrber - Essa era boa.

Não esperava essa reação.
Não esperava reação alguma.

- Gosta deles?

- O que de The Smiths? - ele bufa, como se fosse óbvio - É claro.

Sorrio, singela e aumento um pouco o som. Nossas cabeças moviam-se ao rítimo da melodia, enquanto andávamos. Com sorrisos nos rostos e sem sincronia.

"Banda de esquisito" foi o que Alya disse.

E eu acho que isso só provou que ela estava certa.

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Perto de chegarmos em meu destino, uma dúvida me surge á cabeça, como um passáro surge ao ninho.

- Por que você pega o caminho contrário da sua casa?

- O que? - ele pergunta, comprimindo as sobrancelhas.

Fazia uma cara engraçada quando estava confuso.

- Pra ir até ela você devia ir pela rua de baixo...

- Como sabe disso?

- Já vi seu carro chegando várias vezes.

- Stalker. - alfineta, seco.

Contraio a mandíbula e giro minhas púpilas em órbita.

- Você que não sabe ir até a própria casa.

- Quem disse que é pra lá que vou?

- Eu tô curiosa... - levo um dedo ao queixo de forma caricata. - Que tipo de lugar secreto um Agreste iria essas horas?

- Ás duas da tarde... - finge um semblante urgente - É, tem razão, esse é o horário que os piores crimes acontecem.

Minhas narinas riem.
Era bobo e inútil, provavelmente. Mas a curiosidade costuma ser assim mesmo.

- Se me seguir, pode descobrir onde vou. - ele diz em lógica.

Interpreto como um convite.

- Não vai me levar para um beco e me matar depois, né?

- Talvez. Descobriremos.

Não me parecia um grande risco a se correr.

Nossos lábios de esbeiram, exibindo uma gargalhada.

Então, damos meia-volta - como se já tivéssemos deixado a mim mesma em casa - e partimos em direção ao seu destino rotineiro.

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Uma casa de tom amarelo pastel. Um letreiro feminino e cor-de-rosa, com a palavra "Floricultura" na frente.

E era exatamente isso o que era.

Vitrines que exibiam flores coloridas e vívidas seguidas de preços generosos.

Sorrio, em parte pela sensação inquieta de não entender o motivo de caminharmos até esse bairro - que, por mais que perto, diferia totalmente dos que costumávamos frequentar - mas também, por estar me divertindo.

Quer dizer... Era realmente uma fachada encantadora, digna de cenários em filmes da Disney.

- Onde estamos?

- Em uma floricultura. - ele abre a porta do local, me respodendo o necessário como se fosse o que eu quisesse saber.

Sigo-o por dentro do estabelecimento, que era tão belo por dentro, como era por fora.

O tipo de beleza simples, que não precisava de muitos adereços para aparecer.
Era bonito por si só.

Seus passos me trouxeram para os fundos do local.

Parecia uma área proíbida, mas decido não argumentar.

Quando ele fecha a porta, damos de cara com um cômodo. Uma sala de estar normal.
Era pequena e sem nada que parecesse valioso, exceto a televisão. As paredes meio gastas, porém limpas, contrastavam com o vermelho escuro do sofá e o cinza do tapete felpudo. Havia uma mesa de centro e outras de canto, todas preenchidas com chales, e decorações que pareciam antigas.

- Pode tirar os sapatos se quiser. - ele diz e logo depois tira o próprio, deixando-o desleixadamente no chão.

Sua forma de se sentir á vontade, fez com que eu quisesse questionar onde, de fato, estávamos.

- Adrien, é você?! - uma voz jovem e feminina ecoa pelo fundo da sala.

Pelo visto vinha da cozinha.

-

~ vem ai adrien skin pobre

Politicamente Incorreto || Enemies to lovers (Adrienette | Miraculous)Onde histórias criam vida. Descubra agora