26 - Festa de Modelos

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Marinette's pov:
-

Entro em casa, deixando do lado de fora os sapatos e as lágrimas que chorei no caminho.

- Oi, mãe.

Ela estava sentada ao sofá com o celular nas mãos e uma expressão franzida. Como se estivesse calculando alguma coisa ou lendo um texto com letras pequenas.

Fecho a porta por trás de mim e sinto o alívio nas costas de deixar a mochila em um dos ganchos do porta chapéus.

Nunca vi a utilidade desse artefato aqui na sala. Ninguém aqui usa chapéu.

Porém, agora ele era bem útil e continuaria sendo, já que voltar com Luka ainda era fora de cogitação.

- Eles encontraram a dona da bicicleta. Uma garotinha adorável. - ela conta e eu demoro alguns segundos para processar que se tratava de meu pequeno furto de aniversariante.

Para ser honesta, pensei que deixariam esse assunto de lado.

- Mas os pneus estavam furados e cheios de lama. Tivemos que dar um jeito e pagar para a família.

Dou um sorriso forçado e aceno com a cabeça.

Gastar dinheiro era igual à situação ruim. E o semblante rígido dela comprovava exatamente isso.

- Eu sinto muito. - disparo, com a voz serena.

- Fizeram algo terrível com você, filha. Mas roubar uma bicicleta? - indagou um tanto perplexa pela minha atitude - Sair na rua em plena madrugada?

- Eu sei. Eu só... Precisava de um ar...

- Não. - me repreendeu - Você precisava manter a calma e continuar lá. Eu e seu pai. Daríamos um jeito.

Controlo-me para não corrigí-la.

"Padrasto"

- Sabe quanto dinheiro foi embora com a sua festa?

Eu sabia.

Sei que o fato dos Agrestes ainda estarem na presidência dificultou a nossa renda. E sei que mesmo assim, minha mãe usou o dinheiro de nossa poupança para que aquela noite fosse possível.

Sinto-me culpada por isso, é claro. Porém não há o que ser feito...

Eu não tinha ideia de que sairia correndo e daria um vexame. Não é como se estivesse nos meus planos.

- Me desculpa. - peço, novamente.

- Ah... - um suspiro sai de sua boca, beirando a reclamação e a compaixão - É por isso que precisamos ganhar a eleição.

Anui.

Eu a entendia completamente. Mesmo assim, não posso dizer que concordava.

Porque odiava o que significava ter que vencer. E sei que é cruel e talvez ingrato da minha parte, mas também odiava ajudá-la em sua campanha.

Ás vezes eu fantasiava com um momento em que minha mãe desistiria de tudo isso.

Talvez me pedisse algumas desculpas e depois, viveríamos em paz juntas. Livres de políticos e das reputações a zelar.

- Suba e descanse. - sua ordem me retira dos meus pensamentos - Amanhã teremos um longo dia.

Sim.

Amanhã iríamos ao Palácio Londrino novamente.

E eu obviamente deveria estar bem descansada.

Prefiro não dizer mais nenhuma palavra. Apenas demonstro meu respeito subindo as escadas até meu quarto, em silêncio, assim como pediu.

Politicamente Incorreto || Enemies to lovers (Adrienette | Miraculous)Onde histórias criam vida. Descubra agora