25 - Julgamento

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Marinette's pov:

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Mais cedo, três horas atrás, meus pais estavam em reunião com o diretor para ver como estava a situação.

O principal medo dos meus pais era que isso vazasse na internet. Destruiria a campanha da minha mãe e a minha vida. Por mais que isso parecesse secundário algumas vezes.

Então há três dias, eles não pouparam esforços. Ouvi os gritos de Paul e dos advogados contra o diretor.

No fim, fizeram o que parecia mais inteligente para que nada vazasse. Mexeram com o medo dos alunos.

Apenas nós havíamos recebido as imagens e por ser em visualização única, era impossível tirar print. A não ser que usassem algum programa para isso.

Então meus advogados conseguiram um mandato da polícia para que procurassem nos celulares de todos da escola.

Durou 3 dias.

Nada foi achado.

Nenhum print. Nada que incriminasse alguém também.

Eu não estava com medo de que as imagens vazassem depois de tudo isso.

Todos tinham coragem o suficiente para me chamar de vadia e fofocar em alta voz sobre mim, mas não para desafiar as autoridades.

Haviam babacas aqui, mas também famílias importantes. E arrisco dizer que a minha era a mais daqui, para que quisessem arrumar problemas.

Mesmo assim, eles haviam visto.

A escola sabia, os pais dos alunos sabiam.

E os corredores da escola, não disfarçavam. O julgamento e o desprezo era nítido.

Eu já estava acostumada a ter a atenção dos meus colegas.
As garotas me admiravam, no fundo queriam ser como eu. Os garotos nunca esconderam, dentre os diálogos forçados e trombadas nos armários, o quanto gostariam de serem meus namorados.

Mas agora era diferente.
Óbvio.

Eu vestia as roupas que sempre usava: uma camisa e uma saia combinando.
Mesmo assim, não me olhavam como sempre. Os meninos tinham esse desejo no olhar, porém de uma forma mais bruta.
Era uma malícia do tipo que te julga, mas ao mesmo tempo quer provar do seu gosto.

As meninas tinham um olhar rival. Pareciam desprezar a mim mesma e a atenção que eu recebia.
Algumas pessoas carregavam um pouco de culpa, até pena.
Outras, desviavam o olhar, outras não tinham problemas em me mostrar o quanto eu estava sendo vista...

Respiro fundo, segurando o choro e qualquer outra coisa que fosse sair de mim.

Era meu primeiro dia aqui depois de tudo. Não quis estar presente quando revistaram os celulares, muito menos quando fizeram os estudantes assinar contratos de sigilo.

Seria ainda mais humilhante.
E todos pareciam nervosos, por terem sua privacidade violada. Como se eu não tivesse tido também.

Eu só queria voltar no tempo, quando eu estava prestes a dançar minha valsa. E então congelá-lo, para que nada além daquilo acontecesse.

Encosto em meu armário, retirando a mochila dos ombros e organizando os livros que estavam dentro dela.

Eu nem prestava atenção.
Não liguei para o cronograma de aulas, apenas coloquei-os ali dentro aleatoriamente, enquanto ainda focava nos olhares em minhas costas.

No fundo do armário, havia um papel dobrado, cor de rosa.

Estranho a presença, então o pego. Desdobrando-o, havia apenas uma frase escrita em uma letra desleixada.

Politicamente Incorreto || Enemies to lovers (Adrienette | Miraculous)Onde histórias criam vida. Descubra agora