24 - Distrair

693 48 68
                                    

Marinette's pov:

-

Nós bebemos chá e eu reclamei.

De muitas coisas que Adrien não poderia fazer nada a respeito. Exceto uma.

- Deixa eu ver... - suas costas estavam arqueadas, buscando pela sua gaveta e armário bagunçado - Não acho que meus shorts vão caber em você.

Eu sentia o corset e o shorts como películas de sujeira. Pareciam se grudar em mim, juntos do suor e o frio do meu corpo.

- Aqui. Usa isso. - sugere com uma camisa preta. Havia um símbolo esquistito de alguma banda ou jogo. Coisas que meninos curtem.

A roupa era pelo menos três vezes maior que o meu tamanho.

- Obrigada. - sorrio, pegando-a de sua mão.

Ia servir como um vestido, certamente.

Não ia ser o mais bonito que já usei, mas estava mais limpo que o outro.

Já era um bom começo.

Ele fecha as portas do armário e me fita, como se estivesse me aguardando. Retribuo o olhar, esperando que ele entendesse o recado.

- Ah. - põe a mão na nuca sem graça. - É claro.

Então, vira-se para a parede, mantendo os olhos, abertos ou fechados no concreto.

Longe de seu campo de visão, desato os nós da fita do corset e abaixo o shorts até retirá-lo. Sua camisa entra em mim como uma luva. As mangas iam quase até meu antebraço, largas e confortáveis. Seu comprimento cobria metade das minhas coxas, um pouco mais longa que o shorts que eu usava anteriormente.

Ah... Finalmente liberdade e limpeza.

De alguma forma, Adrien soube a hora exata de virar-se novamente. Creio que posso ser um pouco barulhenta para me arrumar.

- Que horas são? - é a primeira coisa que me vem à mente, quando dou de cara com o verde claro de seus olhos.

- É meia noite e cinquenta e dois.

Anuo, e sento em sua cama.

- Aliás, Feliz aniversário. - lembra.

Solto uma risada anasalada.

Eu preferia não lembrar disso.

Ele se senta ao meu lado, ajeitando o lençol mal inserido no colchão.

- Como é ter 18 anos? - questiona, irônico.

- Não sei, me diz você que já tá mais acostumado com isso.

- Ah, é um saco. Mas nada é pior do que os 17.

Curvo os lábios em uma risada singela.

Seu quarto era um dos locais mais quentes da casa. Isso me incomodava quando vínhamos aqui depois do Sol da rua da escola. Porém esse calor agora me abraçava numa brisa ambiente calma e confortável. Era amortecedor e dava até sono.

O garoto me encara de cima a baixo, fixo em sua camisa aderida ao meu corpo:

- Ficou melhor em você do que em mim.

Comprimo os lábios e forço as pupilas para a esquerda.

- Não sei não, cachinhos dourados.

- Foi só ficar mais velha pra me dar apelidos? - questiona em um sorriso de canto.

- Tem razão, devia ter começado com isso antes.

Ele dá de ombros e ajeita os fios loiros para a esquerda.

Politicamente Incorreto || Enemies to lovers (Adrienette | Miraculous)Onde histórias criam vida. Descubra agora