Politicamente Incorreto || Enemies to lovers (Adrienette | Miraculous)

35 - Foi ele

Marinette's pov:

-

- Marinette!

A voz de Adrien ecoou pelas minhas costas.
O loiro saiu da escola, um pouco depois de mim.

Não fez muito esforço para alcançar meus passos, passando a andar lado a lado comigo na calçada.

- Cacete... - segurou meu ombro e recuperou o fôlego - O que foi aquilo?

Cesso meus passos e respiro fundo.
Não queria falar com ele.
Sei que seria muito pior. Mesmo estando fora do seu controle, parte de mim ainda o odiava por não saber de nada.

O garoto tinha um olhar curioso que, no fundo, exibia certa preocupação.

- Você tá legal?

Não respondo.

Respiro fundo, com as duas mãos nas alças da mochila em meus ombros
e olho para os lados.

Era como se houvesse uma rocha atolada em minha garganta

- Por que você não pergunta pro Luka? Já que são tão amigos... Aposto que ele sabe o que aconteceu.

Ele arqueia as sobrancelhas, ficando ainda mais confuso.

- Ou, ou, ou... - ele curva os lábios com certa indignação - Tá incomodada por eu estar falando com ele? Pensei que fosse algo que você gostaria...

- Não! - explodo - Não é.

Meu coração batia tão rápido que parecia querer escapar do meu peito.

- Eu o odeio.

Seu rosto vai um pouco para trás com meu tom de voz inesperado. Não era comum que garotas falassem isso de seus namorados super populares.

- Ei, relaxa. Tá tudo bem...

- Não! Caramba, não tá... - jogo o cabelo para trás sentindo meus dedos trêmulos nos meus fios - Eu fiquei a madrugada toda fazendo essa camisa rídicula. Passei o dia todo fugindo do zelador pra não ser pega assim... Todo esse show só pra tenta mostrar que eu não me importo. Que essa foto não me afeta... Como você disse que eu devia...

Ele me lança um olhar condescendente, nostálgico pelo próprio conselho que me deu. Eu podia tê-lo entendido errado, ou feito da forma errada. Mas, a verdade é que eu estava fadada ao fracasso desde o início.

Ninguém acreditaria em mim. Ninguém sequer me ouve.

Sei pela agitação do seu braço que ele queria se aproximar, mas eu evito, dando um passo para trás.

- Mas afeta... - concluo, com indignação. De certa forma, isso era algo que eu ainda não havia admitido par mim mesma. Como uma revelação. - Muito...

- Marine...

Interrompo-o.

Meu sangue percorria minhas veias como um maremoto.

Eu sentia cada pulsação, cada correnteza...

- E no momento que eu tive a chance de falar alguma coisa... De dizer o que eu sinto, de dar a volta por cima... Ele apareceu e as câmeras simplesmente se viraram para ele. Me fez parecer uma piada.

Cerro os punhos, tentando conter esse sentimento que eu tinha dentro de mim.

Essa raiva enjaulada dentro de mim há anos.
De Luka.
Do contrato.
Dos políticos.
Da minha vida.
Mas, acima de tudo, de mim mesma. Por me meter nisso.

- Ei, calma... - o loiro consola, de forma serena - Eu sei que está nervosa, mas... É seu namorado. Você deve saber como é. Ele só tava tentando de defender...