Politicamente Incorreto || Enemies to lovers (Adrienette | Miraculous)

1 - De frente ao inimigo

Marinette's pov:

-

Mais uma reunião política aqui em casa.

Eu não gosto de parecer ingrata... Tipo, ser filha da ex presidente era incrível, luxuoso e ás vezes até divertido. Porém, ter que receber dezenas de pessoas não era tão agradável. Eu tinha que estar arrumada e não andar pela minha própria residência durante horas.

É...
Digamos que era um preço a se pagar.

Sabendo que minha mãe e os membros de sua campanha política estariam na sua sala de reuniões - sim, ela tinha uma sala só para isso - pego o livro que estava lendo e aconchego-me no sofá da sala.

Folheio as páginas, tateio-as e, de vez em quando, confesso que não lia palavra alguma.

Por mais confiante que eu tentasse parecer, eu não podia evitar estar apreensiva. Essas reuniões normalmente trazem fofocas políticas.
E, acredite, por mais legal que fofocas fossem, acompanhadas da palavra "política" qualquer coisa boa pode se tornar obscena e hostil.

De qualquer forma, ajeito meu vestido e mantenho meus joelhos retos. Só para não parecer tão desleixada caso algum ministro ou candidato eleitoral passasse por aqui.

O silêncio mortal da sala é quebrado com alguns passos firmes.

Um garoto, aparentemente da minha idade, entra no cômodo.

Ele vestia uma camisa social cor de pêssego e uma calça alfaiateria preta. Seu cabelo era loiro, tão dourado quanto ouro e seus olhos verdes, como gramas recém cortadas. Tinha bom gosto e bons costumes, mas não boa educação.

Já que sem nem sequer olhar para mim ou dizer qualquer coisa, o garoto se senta no outro sofá em frente ao meu. E nele, se ajeita e se entretém, cutucando seus dedos.

É estranho encarar desconhecidos, principalmente quando há um silêncio intermitente entre nós. Mas não posso evitar.

Ele tinha aquele charme reluzente, o tipo de pessoa que foi feita para estar em uma vitrine. Era difícil não olhar e mais difícil ainda parar de olhar

Pergunto-me por que ele estaria aqui.

Provavavelmente era filho de algum dos convidados, assim como eu.

Repentinamente seus olhos encontram os meus, como se ele tivesse me flagrado olhando para sua figura. Desvio meu olhar de volta ao livro, para disfarçar.

Por meio de minha visão panorâmica, noto que ele ainda me fitava. Envergonho-me por um segundo, sentindo uma atmosfera de desconforto.

- Escuridão total sem estrelas. - ele profere, com a língua na bochecha.

Direciono-me em sua posição, com um pequeno susto.

- Que?

- É o que você tá lendo.

- Ah sim. - confirmo, lembrando do conteúdo que eu segurava nas mãos.

- Está gostando?

Fico um pouco apreensiva por conta do diálogo repentino, mas deixo rolar.

Só estava sendo gentil.

- É... por enquanto sim. - respondo, sem muita certeza.

- Gosta do Stephen King? - ele puxa assunto, rapidamente.

- Esse é o primeiro que leio dele, para ser sincera.

- Bom, então já te adianto: O melhor conto é o último.