8 - Ele não tem bom senso

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Marinette's pov:

-

- Ah... você ainda tá aí, Stephen King? - a voz rouca do garoto ecoa por de trás de mim.

Nem percebi ele chegando.
Acho que estava muito envolvida em meus próprios pensamentos.

Em um espasmo, seco meus olhos com os dedos, antes que ele me visse nesse estado.

- Pensei que estivesse me evitando. - o garoto diz, colocando apenas uma perna no banco.

Viro-me a ele, finalmente encarando-o.

Ele se senta ao meu lado e me olha, confuso.

- Tá chorando?

Tomo um susto com seu questionamento.

Droga.
Eu sei que meu rosto sempre ficava incrivelmente vermelho quando isso acontecia.
Não me surpreende ele ter notado, na verdade.

- É claro que não. - minto, engolindo á baixo qualquer resquício de minha tristeza.

- Parecia. - dá de ombros. - Está emocionada com a minha presença, por acaso?

Suas costas se acomodam no assento.
Reviro os olhos com sua imaturidade de sempre:

- Vá se ferrar.

Quando digo isso, ele abre um pequeno sorriso de canto e seus olhos passeiam por mim.

Sua expressão se desfaz em um quadro de segundos e uma expressão de espanto toma conta de sua face.

- Quem fez isso com você?

- O que? - questiono surpresa.

Sigo sua pupila e noto que ele estava fitando meu pulso vermelho, machucado há alguns minutos atrás.

Envergonho-me e reflexivamente, escondo-o com minha outra mão.

- Eu só esbarrei na porta quando entrei. - desconverso.

O loiro semicerra as pálpebras, mas então dá de ombros.

- Tá legal. Não vou me intrometer nos seus problemas. Prefiro ser um deles.

Ergo as sobrancelhas.

- Você não tem bom senso.

- Eu acho que você que tem demais.

E ele estava certo, mas não signifuca que eu estivesse errada.

Sua mão perambula seu bolso por alguns segundos até achar o que procurava.

Franzo a testa e suspiro:

- Sério? - questiono. O modelo aperta seu isqueiro, formando faíscas. - Vai ascender isso?

Ele solta ar pelo nariz pondo fogo na ponta de seu cigarro.

- Algum problema, princesinha?

- Sim, isso fede.

- Se estiver incomodada é só ir embora. - ele rebate levando-o até a boca.

E isso foi o suficiente para o cheiro da maldita erva passar por minhas narinas.

- Você não tem classe nenhuma. - bufo e afasto-me, indo para a outra ponta do banco.

- Foda-se. - o loiro traga o baseado, generosamente. - Pelo menos não sou complexado.

- Como é?

Então me dou conta do que ele estava se referindo e rio comigo mesma de seu caráter ofensivo.

- Ah, minha acusação te magoou ou só te serviu a carapuça?

O garoto solta fumaça pela boca e me fita com aptidão.

Politicamente Incorreto || Enemies to lovers (Adrienette | Miraculous)Onde histórias criam vida. Descubra agora