32 - Punição

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Marinette's pov:

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Não contei para ninguém o que ele fez no sábado.
Nem tentei.

A verdade é que depois passei todo meu domingo na cama.

Ignorando meu celular e não fazendo nada, com medo de entrar em qualquer rede social e me deparar com meus amigos me perguntando se eu já tinha visto a foto nova que postaram de mim.

Ah...

Me pergunto o que Luka tem em mãos.
Se tinha algo além dos poucos nudes que eu já mandei.

Aqueles dos quais não me arrependi instantaneamente, mas me arrependo agora, depois de anos.
No final das contas, parece difícil fugir dessas duas possibilidades depois de mandar fotos assim.

Então, eu só abri o celular antes de dormir.
Era cedo. Umas dez e meia da noite.

Não havia nada.

Nenhuma mensagem, notificação ou foto. Respirei aliviada e fui, de fato, dormir.

De madrugada, ele apitou mais que buzina de carro em trânsito.

Eu acordei tão assustada que nem precisei daqueles minutos de raciocínio antes de despertar. Só levantei, não botei pantufa no pé e corri até minha cabeceira, onde ele estava conectado na tomada.

Abri meu aplicativo de mensagens e me deparei com o que parte de mim acreditou fielmente que eu poderia ter me livrado:

A foto.

No mesmo banheiro e mesmo espelho.
Meu rosto levemente maquiado e meus dois seios a mostra.

Meu corpo inteiro tremeu, como se um terremoto acontecesse dentro dele.

Pressionei o celular contra meus dedos com tanta força que pude até jurar que ele se despedaçaria na palma da minha mão.
Da mesma forma que eu senti meu coração se despedeçar.

Deitei na cama sem pensar em mais nada e senti meu travesseiro se molhar abaixo de mim.

Não dormi nada aquela noite.

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Todos estão me olhando.
De novo.

Mas, dessa vez, pior do que antes, porque nem sequer disfarçavam.

As garotas me encaravam como se eu não fosse uma delas. Os caras me encaravam como se pudessem me ver por debaixo das roupas. O que, de fato, conseguiam fazer.

Cassidy me perguntou se eu estava bem, no banheiro. Me ofereceu uma bala de menta e saiu. Henry, do primeiro ano, piscou para mim e me convidou para ir à sua casa depois do jogo de basquete. Nunca havia falado com ele antes. Juleika me deu um abraço apertado na hora do almoço e se sentou junto de mim e Alya. Philip, do grêmio, me viu chorando no pátio e ofereceu ajuda. Não aceitei.

Não quero a ajuda de ninguém.

Eu só queria sumir daqui. Nunca mais vê-los ou permitir que me vissem.

Luka nem sequer falou comigo. Andou pela escola, descontando a raiva pelo o que fizeram com sua namorada. Segunda feira de manhã e ele xingou os garotos, questionando quem havia postado minha foto e como havia a conseguido.

Tão cínico que doía.

E o pior, é que ainda pensavam que eu estava traindo-o.
Virou fofoca, que eu, além de uma vadia, ainda era estúpida por ter um amante que vazava minha própria infidelidade...

Politicamente Incorreto || Enemies to lovers (Adrienette | Miraculous)Onde histórias criam vida. Descubra agora