Politicamente Incorreto || Enemies to lovers (Adrienette | Miraculous)

43 - Escolha

Marinette's pov:

-

Adrien me deixou em casa por volta das sete horas. Eu até tentei atrasar o máximo possível, com medo da minha mãe.

Mas isso foi o máximo.

Abro a porta com pudor, mesmo sabendo o que já me esperava.

- Oi... - cumprimento, assim que a porta se fecha.

Ela estava ajeitando o cabelo, olhando-se no espelho de corpo da sala. Usava um vestido azul escuro, longo e elegante.

- Onde estava? - questiona, virando-se para mim no instante que notou minha presença.

- Na casa do Adrien.

Não ouvi resposta.
Ela apenas voltou a se arrumar. O reflexo de sua expressão cabisbaixa no espelho.

Ganho coragem e me aproximo de sua figura em um suspiro.

- Me desculpa, se te decepcionei, eu não fui pra Londres...

- É, eu sei. - ela interrompe - Mas isso foi o melhor.

- Foi?

Assentiu.

Não consigo conter a surpresa. Penso em questioná-la, mas antes que pudesse, avisto suas pálpebras tremerem diante do espelho. Lágrimas solitárias se formavam no canto maquiado de seus olhos.

- Mãe?

- Eu sinto muito, querida. - ela comprime os olhos e então, vira-se para mim - Você é a pessoa mais importante da minha vida.

- Eu sei...

Seus braços me envolvem em um abraço fraterno com suas mãos deslizando sobre minhas costas, em um gesto apaziguador.

Não consigo retribuir o gesto, de primeira. Meus braços ficam inertes, colados ao meu corpo.

Isso estava acontecendo?

Ela não me soltou. Continuou comigo, enquanto eu ouvia sua respiração lenta chocar-se com o topo da minha cabeça.

Recuperando-me da sua ação inesperada, em fim, envolvo meus braços nela, abraçando-a de volta.

Nenhuma outra palavra sai de sua boca. E não precisava.
Eu provavelmente sei exatamente o que ela queria dizer.

E então, meu coração se derrete dentro do meu peito. Foi uma questão de segundos para que eu sentisse meus olhos lacrimejados e, dessa vez, isso não era ruim.

Foi como se os meus sentimentos eclodissem para fora, depois de tanto tempo guardados.

- Escute, eu não quero você perto daquele garoto desprezível nunca mais. Mesmo que eu perca votos por isso.

Assinto, com prazer e meus lábios se curvam aliviados.

- Por que nunca me contou? - seu tom oscila com indignação - Por que não me deixou interferir?

- Eu não... Não queria te fazer escolher entre mim ou a campanha... Eu não te via tão distraída ou bem com alguma coisa, desde que o papai morreu. Eu... Pensei que...

Seu polegar acaricia minha bochecha delicadamente, afastando alguns fios de cabelo do meu rosto.

- Eu só escolheria a você. Eu te amo, minha filha. E sinto muito, se não deixei isso claro.

- Tá tudo bem, mãe... Eu também te amo.

- Não. Eu não te dei a atenção que você precisava e mesmo assim você nunca elevou a voz para mim. Eu tenho muito orgulho de você, querida.

Meus lábios se curvam, serenos e os dela também.

Então, ela me abraça de novo, me apertando contra seus seios. Posso ouvir seu coração bater no rítmo do meu.

- Sinto muito por isso.

- Mãe, sério. Tá tudo bem. - solto uma risada abafada.

Depois de alguns segundos desfazemos o abraço.

- Tá. - ela diz em um suspiro - É... Tá tudo bem.

Encaro-a de frente, observando sua expressão se amenizar e as últimas lágrimas caírem.
Ela passa a mão pela minha cabeça, alisando meu cabelo de cima para baixo.

Algo em mim se iluminou naquela hora. Como uma luz no fim do túnel.

Um lapse de esperança por dias realmente melhores.

- Então, quer dizer que o Agreste deu uma bela surra no garoto?

- É houve um... Descontrole. - eu rio, desviando o olhar.

- Talvez ele não seja tão desprezível quanto o pai.

- Mãe...

- É sério! Quer dizer, você pode ter errado o ninho, mas pelo visto acertou o passarinho.

Ela ri enquanto eu reflito sua analogia.

- Estou feliz que você esteja feliz. - diz, por fim.

Eu também.

- Aliás, fiz uma reserva para dois no Matignon. Suba e vá se trocar.

- Jura? E o Paul?

- Está no golfe.

- E a chuva?

- Você sabe que ele não vê a previsão do tempo.

Rio. Ele realmente não via.

- Tá legal, tô subindo.

Então, ela volta a se olhar no espelho. Ajeita a maquiagem e o tecido do vestido.
Estava extremamente apresentável, como sempre.

Eu subo as escadas rapidamente, já mentalizando o que eu vestiria e admirando-a a cada degrau.

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sim eu sei cap curto,
mas vou postar outro hj daqui uma hora ein
fiquem ligados 🤭🤭🤭