31 - Quebra de contrato

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Marinette's pov:

-

Sábado a noite.
Vesti uma saia azul clara, com alguns bordados na ponta e uma camisa justa ao corpo, branca e com rendas nas mangas.

Eu estava bem vestida, mas nem um pouco animada. Encontrar Luka fazia parte do contrato. Um maldito papel que, se eu soubesse onde estava, rasgaria com todo o prazer.

No momento que saio do meu quarto, ouço a voz da minha mãe, aguda, do outro lado da porta de seu escritório.

- Estamos fodidos! - ela exclamou.

Aproximo-me, intrigada, pondo o rosto perto da fresta da porta.

Vejo ela e Paul perto de sua mesa, conversando.

- Shhh... - ele se aproxima dela, pondo as duas mãos em seus ombros - Olha pra mim, Sabine. Os números são bons. - sua voz era suave como uma brisa cálida.

- Não tanto quanto os dele.

- Isso não significa nada. Sempre foi assim, você sabe. - ele diz e ela encara-o com os olhos agitados - É questão de tempo para que você fique mais à frente.

Minha mãe desvia o seu olhar do dele e põe uma mão ao peito, controlando sua respiração. Ele o observava com ternura.

Ajeito minha postura, temendo que me vissem espionando, mas ambos pareciam absortos demais em seus próprios pensamentos para notar qualquer outra coisa.

- Isso, respire. - ele diz, acariciando o braço da esposa.

Minha mãe respira fundo mais uma vez. Sentindo o pulmão inflar e desinflar, de uma vez.

Era um truque que ela me ensinou quando eu era pequena. Dizia que era para impedir o choro.

Ás vezes, até funcionava comigo, porém com ela parecia funcionar todas as vezes.

- Eu terminei de redigir os meus planos de governo. - revela, em um suspiro, mantendo os olhos no marido - Vão liberar a atualização amanhã.

Ele dá um meio sorriso e acaricia o topo da cabeça da mulher.

- Viu só? Isso é ótimo. Suas ideias incríveis vão iluminar a cabeça do povo.

- Assim como iluminou há cinco anos atrás...

Minha mãe não era uma boa perdedora.

Ela guardava todas as suas derrotas de cabeça. Quase como uma obsessão.

- Assim como iluminou há dez anos. - ponderou, destacando a primeira e única vez que ela venceu a eleição - Você já fez isso uma vez, hum? Está tirando de letra.

O sorriso bobo nos lábios de Paul fez a expressão tensa dela se esvaiar por um momento.

Sorrio comigo mesma, vendo a cena. Nesse ponto, ele e meu pai realmente se pareciam.

- Você sabe que nasceu pra isso, né? Você tem esse dom de ser mandona.

Ela vira o rosto para o lado para rir e lhe acerta o peitoral com um tapinha.

- Fique quieto.

- Não disse? - ele ri, se aproximando.

Os dois se fitam por um momento. Paul tocava seus ombros, enquanto ela ainda se mantinha parada, cutucando os próprios dedos. Uma coisa que fazia quando estava nervosa.

Então, meu padrasto juntou os lábios dele aos dela, despencando-lhe um selinho rápido, mas sereno. Ela se surpreendeu por um segundo, mas depois cedeu facilmente, fechando os olhos no momento em que ele começou a afagar os cabelos da sua nuca.

Politicamente Incorreto || Enemies to lovers (Adrienette | Miraculous)Onde histórias criam vida. Descubra agora