2 de nós?

1K 107 48
                                    

Oie :)

Votem e comentem 🤩

Boa leitura <3

Alerta gatilho: pensamentos suicidas.

(...)



Odiar Sand era algo completamente distante de Ray. Isso era impossível. Sand era, literalmente, a pessoa mais importante de sua vida.

Se não fosse, jamais afastaria-se apenas para ter a certeza de que não iria feri-lo sem querer. Doía permanecer longe, doía fingir que seus sentimentos eram totalmente contrários aos que realmente carregava, e, por quase 1 ano tentou esquecê-lo. Tentou criar sentimentos por outras pessoas, tentou retirá-lo de sua mente e de seu coração, mas era impossível. Era impossível não manter-se apaixonado por ele.

Sempre que saia com alguém era sem graça. Não havia cor, não havia química.

Mas isso era óbvio.

Nenhum deles era Sand.

Quando beijava-os imaginava que era seu antigo melhor amigo. Quando tocava-os sentia repulsa. Eles não eram ele, e, por mais que se esforçasse, nunca ninguém tomaria o lugar que ele ocupou em seu coração.

Sand era insubstituível. Tanto em amizade quanto em paixão. Ele era único. E fingir estar com Mew quando frequentavam o mesmo ambiente era terrível, porquê, quando estava lá, abraçando o seu falso namorado, na verdade, tudo o que queria era estar nos braços de Sand, e mesmo que desejasse isso, nunca permitiu-se tocá-lo quando eram próximos, mesmo que fosse intensamente tentador tê-lo tão perto. Nunca permitiu-se porquê sabia que se fizesse, não seria capaz de deixá-lo ir, não conseguiria seguir apenas como amigo.

E ouví-lo dizer "Eu estou apaixonado por você, Ray" o fez entrar em um pânico extremo. Ele queria assumir que também estava. Queria dizer que sempre quis ser dele, mas não podia correr o risco de magoa-lo com as possíveis burradas que cometeria.

Sua escolha não foi a melhor. Ele sabia. Sabia que também causaria sofrimento em Sand. Sabia que nega-lo e dizer que estava apaixonado por Mew magoaria-o, mas, mesmo assim, naquele momento, era a única coisa que podia fazer para afastá-lo.

Ele sabia que se dissesse que tinha medo de machucá-lo, Sand insistiria, Sand daria um jeito de eles ficarem juntos.

E, agora, estar diante daquela questão deixou-o novamente no mesmo desespero.

Ray não podia dizer que na verdade amava-o. Não podia conta-lo a verdade, principalmente agora.

Suas recaídas com drogas eram frequentes e estava quase sempre bêbado, muito mais do que antes. Seus pensamentos suicidas eram mais presentes e houveram algumas tentativas durante o período em que estiveram longe.

Aquele não era o momento para dizer que amava-o. Na verdade, Ray achava que nunca poderia dizê-lo a verdade. Tinha completa certeza que estaria morto antes que pudesse admitir.

Ele não era corajoso o suficiente para acabar com a vida do rapaz que amava, por isso, acabaria com a sua.

Aquilo que fazia por Sand agora era sua última redenção. Fazia aquilo na esperança de que ele visse, ao menos um pouco, que,  na verdade, o sentimento de ódio nunca esteve ali. Esperava que ele notasse que mesmo distantes, ele nunca deixou de ser importante.

Precisava, antes de acabar com tudo, que Sand recebesse ao menos um pouco do amor que sempre o quis dar, mas não deixaria-o saber da verdade.

Seus dedos antes enrolados nos cabelos úmidos do que se banhava, escorregaram para a borda da banheira apertando-a enquanto sua respiração parecia falhar.

Another me? (SandRay)Onde histórias criam vida. Descubra agora