Solidão

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(...)


Uma ansiedade angustiante dominava Ray. Seu corpo se franzia enquanto abraçava-se em seus próprios braços.

Por que Sand não havia ido visitá-lo? Ele havia o deixado sozinho mesmo? Sua promessa fôra apenas uma mentira?

Seu coração doía agoniado. Passou o resto da madrugada prometendo à si que iria dizer a verdade para Sand. Prometia não se acovardar. Prometia que permitiria-se tentar ser feliz, e, agora, não tê-lo ali o fez quebrar suas próprias promessas.

Talvez Sand não amasse-o mais da mesma forma. Talvez tenha cometido burradas demais para que ele pudesse o perdoar, e, Ray sentia uma vontade incessante de afogar-se em seu próprio choro.

Mas ele não podia. Podia?

Não queria que seu tratamento se iniciasse de maneira mais intensa. Não queria dar mais motivos para continuar ali.

Mesmo sem vontade, seguia a enfermeira para a sala do psiquiatra. Ele sabia que remédios seriam administrados, estava acostumado. Não era novidade ter que tomar tarja preta. Apenas odiava a parte de contar como se sentia.

Ele era fácil de ler. Certamente o médico notaria de longe que seu estado atual não era o melhor, e, Ray tentava disfarçar que sua vontade era deitar e chorar por horas seguidas.

– Ray! – o doutor cumprimentou ao vê-lo passar pela porta – Sente-se por favor – pediu apontando para a cadeira em frente à mesa.

Ray assentiu em um sorriso forçado, fazendo exatamente o que o doutor "Sittichai" o pediu.

Um silêncio estranho permaneceu pelos minutos seguintes. O garoto observava o homem perdido em meio aos prontuários empilhados sobre a mesa.

Suas digitais brincavam sobre sua calça e suas pernas tremiam um pouco. Ray insistia em dizer à si próprio que não era para demonstrar sua dor, caso contrário, sua permanência ali seria extensa.

Ele poderia ficar ali por mais tempo se Sand realmente viesse o visitar, afinal, sua estadia ali era totalmente por ele, e queria deixá-lo orgulhoso. Mas, ficar ali sem receber a visita daquele que mais necessitava, apenas causava uma gigantesca confusão em seu interior, fazendo-o sentir-se pior do que o comum.

Sem contar que permanecer ali remetia-o à Sand, porquê fazia aquilo por ele. Aceitou ficar internado por ele. E, o que ele menos necessitava era ter Sand em seus pensamentos vinte e quatro horas por dia.

Não era como se ele não fosse o ter em sua mente em qualquer outro lugar, ele certamente o teria. Sand era o principal pensamento de seus dias, mas, provavelmente doeria menos. Doeria menos porquê não sentiria-se tão abandonado como agora sentia-se.

Era como se seu esforço não valesse de nada.

Talvez Sand não se importasse tanto e apenas quisesse se livrar de si também, assim como seu pai e o resto de seus "amigos".

Buscou contar o mínimo possível de seus sentimentos ao doutor. Tentou deixar nas entrelinhas que sua overdose havia sido "acidental", mas, sabia que aquilo certamente não faria-o fugir de um tratamento intensivo de pelo menos uma semana.

E, ao contar sobre como eram seus sentimentos no dia à dia, o médico apenas relembrou-o de seu antigo diagnóstico "transtorno depressivo
persistente", mas agora, além dele, uma suspeita de "transtorno de ansiedade generalizada" também foi comentada.

Another me? (SandRay)Onde histórias criam vida. Descubra agora