Por que eu ainda amo você

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Boa leitura <3

(...)



Ray havia falhado de novo, e a sensação de impotência, agora, era maior do que os efeitos colaterais da overdose.

Ele não queria acreditar que mais uma vez teria de passar por aquilo. Não queria aceitar que permaneceria vivo. Por que não havia dado certo dessa vez? Ele não servia nem para retirar a própria vida?

Sua cabeça doía, seu nariz ardia e incomodava, provavelmente pela grande quantidade de cocaína ingerida, além do barulho terrível que ecoava em sua cabeça.

Seus olhos se incomodavam com a luz forte que batia sobre eles. Apertava-os numa tentativa de acostumar-se com a claridade intensa que abrangia o ambiente.

Arranhava a garganta enquanto tentava ajeitar-se sobre o colchão para melhorar a posição desconfortável em que estava.

Há quanto tempo ele estava ali? Por que parecia que havia sido espancado por um grupo de brutamontes?

Com o acesso em sua mão, coçou os olhos tentando focar a vista para enxergar ao certo onde estava.

Pequenos grunhidos e bocejos longos eram soltos enquanto ele continuava à apertar os olhos. Espreguiçava-se desajeitadamente fazendo a cama ranger.

E, quando conseguiu abrir os olhos minimamente, sua visão encontrou uma figura conhecida deitada sobre a poltrona que ficava ao lado do leito. Ainda que embaçada, Ray podia afirmar que aquele era Sand. Ele poderia reconhecê-lo até no escuro.

Ele era inconfundível.

Seu coração acelerou um pouco ao vê-lo ali. Por que ele estava no hospital consigo? Ele quem havia o levado até ali? Ele salvou-o mais uma vez? Ele ainda importava-se o suficiente para impedir sua morte?

Ray quis questionar. Precisava entender o que havia acontecido. Precisava entender o porquê da presença inusitada, mas, não fôra capaz de acordá-lo. Não queria que a visão incrivel que estava tendo, mesmo que ainda embaçada, se fosse tão cedo, então, permaneceu em silêncio admirando o sono nitidamente pesado em que Sand estava. As olheiras fundas e as roupas abarrotadas não escondiam que sua presença ali era longa.

Um sorriso quase imperceptível se colocou sobre os lábios de Ray que suspirou baixo sem conseguir disfarçar a pequena satisfação que sentiu em tê-lo consigo. A presença de Sand era a única coisa que poderia fazer Ray bem após tentar tirar a própria vida, e, ter isso o fez amaldiçoar-se em silêncio.

Ele havia ferido Sand mais uma vez? Havia o deixado triste?

Imaginou que ninguém o acharia tão cedo. Não achou que fosse receber uma visita de Sand. Não imaginou que seria salvo.

Ainda estava amedrontado. Ainda sentia-se inútil por não conseguir ceifar sua própria vida. De nada adiantaria permanecer ali se, de qualquer forma, voltaria à ferir Sand, mesmo que não fosse proposital. Não poderia amá-lo como queria e sua vida continuaria a ser uma sessão de tortura, mas, mesmo assim, uma gratidão sem sentido aquecia seu interior.

Talvez aquilo fosse um sinal? Tê-lo consigo agora era um sinal? Talvez devesse confessar? Talvez devesse arriscar?

Ele não sabia. Aquele maldito medo ainda estava ali, impedindo-o de entregar-se. Impedindo-o de tentar ser feliz.

Sabia que se estivesse com Sand sua vida não seria tão bagunçada. Provavelmente usaria menos droga, quem sabe até fosse capaz de ir para a reabilitação. Mas e se isso não fosse o suficiente? E se se livrar das drogas não fosse o suficiente para fazê-lo feliz?

Another me? (SandRay)Onde histórias criam vida. Descubra agora